A saga do enforcado
Quem andar de olhos abertos verá que a actividade económica está a funcionar ao ralenti. Mesmo as grandes superfícies, os supermercados do consumo do dia-a-dia, se queixam. Compra-se menos e, tão apenas, o mais barato.
Os mercadores de esperança, verdadeiros malabaristas do optimismo político, dirão que não será bem assim. Que os indicadores estatísticos começam a ser favoráveis. Que existem sinais de retoma. Os seus jogos de espelhos mostram as imagens ampliadas de uma realidade que é frouxa e anã. Reflectem sorrisos, quando o quotidiano é uma mancha de esgares do desespero.
Falam-nos na confiança. Que é preciso ter confiança, mostrar energia e continuar a puxar para cima. O problema é que confiança neles, já não existe, e quando se puxa para cima, a corda aperta ainda mais o pescoço e deixa-nos a baloiçar no vazio de uma política oca.