É preciso estar à altura
Um debate eleitoral recente, transmitido em directo pela televisão, surpreendeu-me. No final, ainda perante as câmaras, os políticos, líderes dos quatro maiores partidos, trocaram presentes entre si, coisas muito simples, como uma gravata ou flores, e terminaram a discussão num ambiente de camaradagem. Mesmo depois de umas trocas acesas, muito estava em jogo, que votar num deles ou no seu partido significava tirar votos aos outros. Foi na Bélgica, nas vésperas das eleições parlamentares que há pouco tiveram lugar.
Pensei nisso ontem à noite, ao ver a fúria do candidato Manuel. Discursava Alegre num jantar de apoiantes, tudo gente muito bem instalada e com pouco entusiasmo, sem falar da mandatária nacional, que ali estava a fazer figura de corpo presente, ocupadissima com o envio de mensagens por telefone. O discurso saiu mal, pois mais não foi do que uma série de frases de ataque ao actual Presidente da República, só bílis e slogans, nada subtil, parecia ter sido escrito por um miúdo radical, sem propostas nem serenidade.
É evidente que Alegre precisa de mudar de conselheiros de campanha. A continuar assim, faltar-lhe-á a atitude de estado que um candidato com as suas hipóteses deveria cultivar.
A entrevista que dera recentemente à RTP fora bem melhor.