Uma Câmara partida
Hoje à tarde, fazia eu, como de costume, uma caminhada à beira-rio, entre o monumento das Descobertas e a Ponte 25 de Abril, quando tive uma vez mais a oportunidade de dizer mal da Câmara Municipal de Lisboa.
Não por causa do baldio em que se transformou a área junto ao rio, mesmo no alinhamento do Palácio de Belém -- uma vergonha de lixo, ervas daninhas e objectos abandonados, de festas que já terminaram há muito. Nem pelo facto das obras de saneamento, um pouco mais à frente, a caminho da Ponte, iniciadas pelas Águas de Portugal, um monopólio que pretende ser uma empresa, estarem paradas há tempos, depois de terem aberto uma cratera mal planeada. Nem tão pouco pelo facto do trânsito junto ao Museu da Electricidade, do lado do rio, ainda não ter sido fechado, apesar do investimento já feito, em termos de controlos, barreiras, etc. Menos ainda por a Câmara ter aceite colocar aqueles tijolos junto à água, e, a gozar com o povo, chamar àquilo uma obra de arte.
Não. A razão foi bem mais terra-à-terra. Meti um pé num dos muitos buracos da calçada esburacada que é o passeio, torci a perna, estatelei-me ao comprido, abri a mão esquerda, quase partia o braço direito, e pouco mais. E claro, a torneira de água, que a CML colocara no jardim, provavelmente para que lavemos as nossas mágoas, estava partida e não funcionava.