Espiões, comediantes e almoços de fast food
11 agentes secretos, que alegadamente trabalhavam para a espionagem russa, foram esta semana detidos nos Estados Unidos. Li o acto de acusação federal contra essas pessoas. A investigação durava ha' cerca de 10 anos. Depois de um período tão longo, nenhum facto concreto de espionagem pode ser referenciado. Pelo menos até agora. A acusação limita-se ao facto de que trabalhavam para um governo estrangeiro, sem se terem registado oficialmente para tal, como a lei americana o requer, bem como à lavagem de dinheiros, ou seja, por terem recebido pagamentos que não passaram pelo sistema bancário. Talvez venham a ser condenados, também, por motivos de utilização de identidades falsas.
Tudo muito ligeiro.
O resto, parece um filme barato, mas cheio de truques. O FBI a assaltar as casas dos acusados. Dinheiro a ser enterrado em parques públicos. Tinta invisível. Trocas de "encomendas" ao passarem uns pelos os outros. Computadores com programas especiais. Relatórios sobre temas que podem ser lidos em todos os jornais mais ou menos bem informados.
Ou a espionagem já não é o que era, ou deve-se tratar de uma diversão com traços de comédia, numa altura em que os Presidentes dos dois países almoçam hamburgers no restaurante expresso da esquina mais próxima da cimeira do dia.
Dá para reflectir.