Os tradutores cibernéticos não podem ser utilizados para produzir traduções literárias. Mas os programas disponíveis na net são suficientes para entender textos escritos noutras línguas.
Vem isto a propósito de um relatório que o Instituto Polaco das Relações Exteriores acaba de publicar. Passa-se o documento pela máquina e em menos de um minuto temos à nossa frente algo que faz sentido, embora não seja perfeito.
O relatório faz uma análise da situação actual do serviço comum da diplomacia europeia. Dos 115 embaixadores que representam a UE pelo mundo fora, 66 provêm de apenas cinco países: Alemanha, Bélgica, França, Itália e Holanda. Ou seja, de estados que são membros fundadores da União.
Se se juntar a esse pequeno grupo a Espanha e o Reino Unido, teremos sete países com 86 postos de chefia de missões diplomáticas. Os 30 postos restantes repartem-se pelos vinte outros estados membros.
Numa União que fala sem parar da igualdade do género, só 15 postos de chefia de missão são ocupados por mulheres.
O resto do estudo faz uma análise mais fina, país por país. Mostra, por exemplo, que em África quem dá cartas em termos de postos são as antigas potências coloniais.
É um excelente trabalho do Instituto polaco, uma arma de negociações muito importante. Mostra que em Varsóvia não se anda a dormir na forma, nem a apanhar Sol nos Algarves que são os nossos.
Em Setembro vão ser conhecidas as novas nomeações. Pelo menos, a primeira onda. Veremos até onde a Baronesa Ashton consegue chegar.