Bancos sem crédito
Sempre que passo na João XXI, aqui em Lisboa, penso na grande trafulhice que foi a construção da sede da Caixa Geral de Depósitos (CGD). Aquele monstro do novo-riquismo saloio bem português custou uma fortuna, deve ter enriquecido uns compadres que estiveram ligados à sua construção, e vale muito pouco ou nada. Sempre acrescentei aos meus pensamentos que se amanhã o edifício fosse posto no mercado de imóveis, num mercado a sério, não haveria quem lhe pegasse. É um elefante branco. Ninguém, que tenha juízo, compra um elefante branco.
A realidade ultrapassou, agora, a ficção. A CGD assinou um contrato de promessa de compra com o seu próprio fundo de pensões. Ou seja, vai "vender" o monstro a si própria e além disso pagar renda. Está no Jornal de Negócios de ontem. É mais uma das iniciativas estranhas de um banco estranho. E depois, ainda se admiram quando a população não dá crédito algum ao sector bancário.