É preciso poupar o chefe
Os pedidos de demissão, anunciados esta noite, dos dois directores-gerais do Ministério da Administração Interna, responsáveis por matérias eleitorais, vêm pôr mais sal na ferida que foi a confusão eleitoral de Domingo.
Numa democracia avançada, esses cargos seriam ocupados por gente de reconhecida competência, técnicos e gestores de gabarito, profissionais com uma longa carreira, que justificaria os postos ocupados. Não seriam eles a sair, em resultado de uma situação como a que aconteceu com os cartões de cidadão e os números de eleitor. Seria o responsável político, o ministro ou secretário de Estado. Ou então, cairiam eles mais o ministro. Mas nunca eles apenas.
Não conheço os directores em causa. Até acredito que ambos fossem gente competente. A sua demissão dá a impressao, no entanto, que serviram de bodes espiatórios, para poupar o chefe.