Mais um dia no Egipto
Os acontecimentos no Egipto continuam a dominar as atenções internacionais. Washington mostrou, hoje, uma vez mais, estar muito preocupado com a situação. Voltou a fazer pressão para que o Presidente Mubarak anuncie, publicamente, um plano de transição democrática. Angela Merkel também telefonou ao Presidente. Sem contar que, umas horas antes, havia assinado uma declaração conjunta com Nicolas Sarkozy e David Cameron, a marcar posição. A Europa que conta, expressou-se, dirão os mais cínicos.
Falando da Europa, os Italianos haviam sugerido, ontem, que uma delegação de alto nível fosse despachada, de Bruxelas, para fazer pressão sobre a liderança egípcia. A ideia não é má, mas tem havido objecções, em Bruxelas, sobre quem deveria ir, se deveria ir alguém, e com que mensagem. Houve, também, o receio que essa démarche poderia ser utilizada para dar credibilidade a Hosni Mubarak. Os Italianos que engulam a proposta.
A reunião de amanhã, em Bruxelas, com os 27 ministros dos Negócios Estrangeiros da União, presidida pela Baronesa Ashton, vai debater a situação. Veremos que decisões irão ser anunciadas, no final do dia.
Com o arrastar da situação, com a continuação do impasse actual, Mubarak vai tentar recuperar a cartada. Não sei se será possível, tudo depende do controlo que consiga manter sobre os chefes militares. Mas a possibilidade é hoje maior.