Repensar o Sul
Os acontecimentos no Norte de África estão a provocar uma reorientação total das relações Norte-Sul. As instituições europeias, que tinham, nos últimos anos, adoptado um conceito vago do que seria o Sul, estão agora a pensar que afinal a prioridade é a margem meridional do Mediterrâneo.
Ao mesmo tempo, a grande ideia de N. Sarkozy, de lançar uma União do Mediterrâneo, está cada vez mais enevoada. Ninguém quer uma união, vaga e ampla, onde caibam gregos e troianos, árabes e judeus. Nem ninguém pensa que este seja o momento de criar novas estruturas, mais burocracias. Querem sim um novo tipo de relacionamento entre a Europa e o Norte de África.
Mas, haverá, em Bruxelas e Estrasburgo, quem consiga definir, em concreto, que contornos dar a esse novo relacionamento?
Mais ainda. Haverá, neste momento, vontade política para pensar a sério noutra coisa que não seja a crise da zona euro?