Os criminosos líbios e os ratos diplomáticos europeus
O que se está a passar na Líbia é inaceitável. É um conjunto de actos criminosos, por parte dos dirigentes, contra a população civil. São acções que caem, sem dúvida, na área de jurisdição do Tribunal Penal Internacional. Gaddafi, e o seu filho Seif, são os principais responsáveis.
Seif é um jovem sedento de poder e de dinheiro. Tem sido, nos últimos anos, o verdadeiro chefe, por detrás do trono. Das várias vezes que tive que lidar directamente com o governo líbio, quando havia uma decisão importante, a pergunta que me faziam ou o conselho que me davam eram sempre os mesmos: é melhor falar primeiro com Seif.
Hoje, em Bruxelas, onde estava a decorrer uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros, um dos ratos da diplomacia mostrava um ar preocupadíssimo e dizia que a situação no mundo árabe é muito complexa, que é preciso tratar dela com muito cuidado, que não se trata apenas de uma questão de democracia e de direitos humanos. Não entendi bem onde queria chegar. Mas sei que para quem está, hoje, a ser baleado pelas hostes armadas de Gaddafi, pai e filho, um certo respeito pelos seus direitos e pela democracia dava um grande alívio.