A Rússia e o Ocidente
Passei umas horas, esta semana, a discutir com um dos conselheiros mais próximos do Presidente Medvedev. O homem, professor de ciências políticas e senhor de muitas viagens e estadias no Ocidente, é fascinante. Tem todos os truques da velha União Soviética, que combina com uma linguagem moderna, muito a favor da pluralidade de opiniões.
No fundo, o que o Kremlin parece querer é claro: que seja tratado em pé de igualdade com o Ocidente, que seja visto como um parceiro de confiança.
Penso que o Ocidente, pelas informações que tenho, também gostaria de ter uma relação de confiança e de maior cooperação com a Rússia de hoje.
Mas a Rússia é ainda um grande mistério. Como todos os mistérios, faz algum medo. Mais ainda. O Estado de direito e a legitimidade democrática do regime são matérias que ainda apresentam um grande potencial de aperfeiçoamento...
Foi isso que tentei explicar ao conselheiro.
Como os velhos hábitos morrem devagarinho, o meu interlocutor fingiu que não percebeu. E eu pretendi que, de facto, ele não havia entendido. O que me permitirá repetir a dose. O diálogo vai continuar. A relação é muito importante.