Está a entrar água pelo rombo
Escrevi ontem sobre uma das minhas preocupações: a imagem de Portugal na comunidade das nações mais desenvolvidas.
A experiência e o trabalho de proximidade com muitos governos, que tive a oportunidade de exercer em vários cantos do mundo, fazem com que não me esqueça que uma das vantagens internacionais de um país é a sua boa imagem. Uma imagem positiva torna as alianças políticas, com outros Estados, mais fáceis e mais sinceras, atrai comércio e investimento, abre portas e oportunidades para todos.
Uma das grandes linhas de inspiração da política internacional de um país que se preze tem que ver com a projecção de uma imagem que transmita seriedade, confiança, respeito, liberdade e modernidade.
A percepção de uma imagem negativa é, de um modo geral, difícil de mudar.
Digo isto a pensar na nova avaliação da dívida pública portuguesa, que hoje se aproximou, no entender da agência de rating Standard and Poors, do grau "lixo". Ontem haviam sido os bancos portugueses. Estão agora num nível de notação que os considera em situação de risco.
No entanto, apesar da importância, da gravidade desta situação, o país passou o dia a tratar de outras coisas. Coisas de compadres e guerras de comadres, enquanto o navio vai deixando entrar água pelo rombo.