Nas ruas do civismo
Ao cair do dia, fui dar uma volta a pé pela Riga antiga. Convenci o Brigadeiro JNF a ir comigo. Este oficial general português é um dos participantes no curso de que sou monitor. Se não tivesse sido desafiado, ter-se-ia fechado no seu quarto, a tentar completar o exercício que lhe fora dado hoje. Depois de um longo dia fechado em salas de aula, não ir espairecer um pouco seria um erro.
Lá fomos. Ele não conhecia a cidade. Servi, por isso, de cicerone. Notou, rapidamente, que em cada esquina há uma câmara de videovigilância. Esta é uma cidade segura. Cada visitante recebe, aliás, um folheto que o informa sobre as estatísticas dos roubos nos diferentes sectores da cidade, com as zonas de maior número de incidentes, que são raros, marcadas a vermelho, seguidas pelas zonas amarelas e de tonalidade mais pálida. O mesmo folheto enumera os locais - restaurantes, discos, bares, etc - que devem ser evitados, por praticarem preços exorbitantes.
Além disso, o centro é quase todo pedonal. A parte antiga está, em grande parte, fechada ao trânsito, com umas poucas excepções. Estacionar na rua, num ou outro dos raros locais onde isso é permitido, custa uma fortuna e tem que ser pago por SMS.
As ruas estão impecavelmente mantidas. Vê-se que há civismo. É proibido beber álcool em público, a não ser que seja nas esplanadas autorizadas para o fazer.
Chegámos à conclusão que cada povo é como é. Mas, de facto, a vida em sociedade é bem mais fácil quando os cidadãos se respeitam entre si e as autoridades não têm receio de impor um mínimo de ordem pública.