É preciso esclarecer
Portugal está em estado de choque, após ter tomado conhecimento das medidas orçamentais que vão ser aplicadas em 2012.
Durante o dia foram feitas uma série de declarações, até bispos vieram dizer das suas, incluindo o das Forças Armadas, o que parece inaceitável, que mostraram que não há ainda consciência da extrema gravidade da situação em que se encontra o Estado português e a economia do país. Foram poucas as vozes serenas, e menos ainda os que mostraram entender o que se passa e o que nos pode acontecer no futuro próximo.
Vi vários programas de ajustamento estrutural serem aplicados noutras terras. A designação não é inteiramente correcta, pois não se trata de ajustar, mas sim de modificar, de raiz, muitas das práticas que, por haver uma crise económica profunda, se tornaram insustentáveis, inviáveis, impossíveis de financiar. Nesses programas, como agora, o que sempre faltou foi uma linguagem clara, por parte dos que estão no poder, que explique, sem ambiguidades nem disfarces, as razões que justificam as medidas penosas que terão que ser postas em execução.
Como também é importante explicar qual é o papel do sector privado e a importância de atrair investimento estrangeiro, quando a crise é desta profundidade.