Sexta-feira, 13
Em 2012, a Sextas-feiras deveriam ser abolidas. Em ano de descalabro, as piores notícias serão sempre anunciadas ao fim do dia, a poucas horas do início do fim-de-semana. É o hábito dos habilidosos da política, da economia e finanças. Assim, as pessoas e os mercados têm tempo, julgam eles, para digerir a má nova. Na Segunda-feira, a noticia já é velha e estaremos todos mais calmos.
Hoje, além de Sexta, era dia 13. Foi o dia, ao fim da tarde, já com a noite a cair, que foi escolhido pela agência de notação Standard and Poor's para anunciar a degradação da nota francesa. Baixou de um nível, apesar do boato durante a tarde falar da possibilidade de dois. Um verdadeira bomba. A Franca, que seria um dos pilares do fundo de estabilização de que Portugal e outros esperavam poder beneficiar em 2012, deixa de ter a credibilidade necessária.
Por isso, a decisão de hoje é péssima para a França --tem custo elevadíssimos em termos do financiamento da economia nacional e das administrações do estado, numa altura em que já houvera um agravamento substancial dos impostos em 2011, mais 20 mil milhões de novas taxas, e quando está previsto um agravamento semelhante, este ano.
É, igualmente, como que um sismo para a zona euro.
Sem contar, claro, o impacto sobre a eleição presidencial de Maio.