A imagem é uma boa aposta
A hora da verdade parece ter chegado, no que respeita à Grécia. Existe uma corrente de opinião, em certas capitais, corrente que está a ganhar peso, que considera que a Grécia não tem condições para continuar no euro, nem para ser ajudada de modo a evitar a falência. A violência que acompanhou as manifestações de domingo e o descalabro verbal, por parte de certos sectores de opinião de Atenas, contribuíram bastante para a esta nova atitude. Mas não só. A verdade é que a Grécia não tem economia capaz de assegurar a recuperação do país, nem planos para a revitalizar. Deste modo, emprestar mais uns milhares de milhões é como deitar dinheiro num poço sem fundo.
Entretanto, um grupo de personalidades portuguesas divulgou hoje um abaixo-assinado, mostrando muita preocupação pela sorte dos gregos. É um gesto bonito. Falta agora uma declaração semelhante, a pensar na sorte dos portugueses. Embora deva acrescentar que parágrafos vagos e desconectados da realidade não nos levarão a parte alguma. O que precisamos é de gente que faça coisas, que tenha ideias concretas, que saiba como funciona a economia e as relações económicas internacionais. Palavras de ignorantes não levam a porto seguro.
Também quero sublinhar, embora esse mesmo grupo não esteja de acordo, que Portugal não pode ser associado ao que se está a passar na Grécia. A nossa realidade tem sido diferente e deve continuar a sê-lo. Seria um passo de gigante para o abismo se o nosso país começasse a ser visto como é vista a Grécia. Neste momento, quanto menos se falar de nós nas capitais europeias e nos jornais internacionais, melhor.
Estamos entendidos?