Duas realidades
A ajuda ao desenvolvimento de África cifra-se, na melhor das hipóteses, em 15 mil milhões de dólares por ano, se combinarmos todas as fontes de financiamento. Há quatro anos que o G8 anda a prometer um aumento da assistência, para chegar aos 25 mil milhões anuais. Mas promessas leva-os o vento.
Tudo isto apesar de se haver demonstrado, com toda a objectividade, que o desenvolvimento de África teria um impacto positivo sobre as economias dos países mais avançados. Mas estas coisas caem em ouvidos de mercador. As populações africanas continuam na pobreza. E as relações económicas internacionais ficam no marasmo da crise actual.
Vem isto a propósito dos números que estão a ser discutidos esta noite em Bruxelas, para tentar salvar 11 milhões de gregos. Esses valores - 130 mil milhões para uma segunda ronda de empréstimos e 100 mil milhões de dívida pública perdoada - transformariam de vez a vida de 500 milhões de africanos.
Nem quero pensar nisso.