O retrato da democracia deixa-nos preocupados
E a crise da democracia, em Portugal e noutros países europeus? Ninguém parece dar atenção a este assunto, mas a verdade é que a crise é real.
Veja-se o caso português.
As instituições que sustentam o nosso regime democrático estão enfraquecidas e são constantemente postas em causa. Estão a perder a legitimidade a olhos vistos. A começar pela Presidência da República, que nas últimas semanas mandou para as urtigas muito da sua credibilidade. Depois, o governo, cada vez mais fraco. Está debaixo de fogo permanente. E abre o flanco à crítica, quando nomeia crianças de vinte e picos anos como assessoras políticas dos ministros, mete Catrogas na corrente eléctrica e noutros sítios mais ou menos chorudos, sem contar com a incompetência de gente como os titulares da economia, da agricultura, da segurança social, da justiça, da administração interna, da defesa e mais e mais. Em seguida a Assembleia da República, que não tem qualquer tipo de credibilidade junto de muitos sectores da opinião pública. Da administração da justiça, nem vale a pena falar. Agora, foi a vez de se atacar a instituição militar. As polícias andam aos bonés, sem orientação nem prestígio. A oposição, a do PS, é um labirinto de indecisões. O resto, pertence ao domínio das ilusões perigosas. A demagogia é o pão nosso de cada dia.
Tudo isto é, certamente, muito preocupante.
Que nos valha, ao menos, uma sociedade civil com alguma genica. Mas também essa, sobretudo a ligada às maçonarias, anda nas bocas das gentes. O que resta é fraco.