Serenidade, realismo e moderação
Ao contrário de muito comentário inocente que continua a aparecer, nos blogs, no Facebook, nas declarações públicas de alguns, a minha escrita não manifesta nenhuma preferência por um partido, no caso das eleições gregas de amanhã. A decisão cabe aos eleitores gregos. Ganhará quem tiver mais votos, ponto final.
Os resultados terão, de certeza, um impacto significativo, no que respeita ao resto da zona euro. Caberá, no entanto, aos estados membros da zona decidir qual deverá ser a posição a tomar perante a escolha dos gregos. Mas, sejamos claros: o que os eleitores gregos decidirem terá, antes de tudo, um grande impacto sobre o seu próprio futuro. Sejamos também muito límpidos quanto ao resto: se a escolha for contra o prosseguimento do programa em curso, que assim se faça. O programa não pode ser imposto aos gregos. O compromisso da ajuda financeira deixará, também, de ter cabimento. Seria um erro político de enormes consequências continuar a financiar uma Grécia que diz que não. Temos aqui um teste decisivo para os líderes europeus. Veremos a resposta, em breve.
Entretanto, a discussão telefónica de hoje, entre Hollande e Merkel, permitiu desanuviar a relação entre os dois. Nos últimos dias as farpas, de um lado e do outro, revelaram falta de maturidade política, por parte de quem as proferiu, e criaram tensões graves e de mau agouro.
Num momento de grandes perigos, a serenidade é um atributo fundamental. Bem como o realismo e o combate aos estereótipos nacionalistas.
Entendemo-nos?