O homem e a máquina
Entrei na Polónia em direcção a Wroclaw e Cracóvia e o meu GPS ficou perdido, sem mapa nem indicação da posição. Os mapas da Europa em memória, apercebi-me então, são apenas os da parte Ocidental do Continente. A Polónia não entra nessa categoria. Mas a nova auto-estrada da fronteira até Cracóvia, que continua depois até ao ponto de passagem para a Ucrânia, torna a vida dos automobilistas incomparavelmente mais fácil. Caso contrário, como acontecia até recentemente, seriam horas e horas de trânsito lento, e milhares de oportunidades de acidentes, que os condutores polacos conduzem nas estradas nacionais de duas faixas como quem fecha os olhos perante o perigo e carrega, com raiva, no pedal...
Feito o percurso na auto-estrada, e pagas as três portagens, a grande questão era como encontrar o hotel em Cracóvia, sem o aparelho mágico e no emaranhado de ruas de sentido único que constituem o centro da segunda urbe do país?
Lá nos fomos dirigindo para o centro, até ter de parar para pedir ajuda. O homem que o acaso fez de minha vítima, pessoa da minha idade, tentou explicar-me, no inglês que lhe era possível, como proceder, mas entendeu de imediato, pela minha cara, que o meu destino seria passar a tarde às voltas na cidade. Meteu-se, então, no meu carro e, fazendo de GPS humano, levou-me, vire à esquerda vire agora à direita, repetidamente, ao objectivo!
Um GPS assim, não tem preço.
Da próxima vez, no entanto, é melhor verificar, antes da partida, que países estão na máquina...