Um dia com surpresas
Foi um dia bem preenchido.
Começara com uma escrita sobre a Síria, um conjunto de propostas para um xadrez bem complicado. Mas as coisas estão em fase de aceleração e, por isso, é preciso pensar na transição e no papel que a UE possa vir a desempenhar. Assad pode cair a qualquer momento. Como também podemos assistir a uma perda total do controlo da situação, a um resvalar para o abismo.
Terminou com uma longa discussão sobre as possibilidades de investimento das empresas portuguesas em África. Parecendo que não, há muitas hipóteses. Precisam de ser acompanhadas pelas embaixadas portuguesas. E de beneficiar dos conselhos de quem conhece bem as diferentes realidades do Continente.
Pelo meio, surgiram outros desafios.
O que foi de facto inesperado foi o primeiro-ministro dizer "que se lixem...as eleições, que o que conta é Portugal". Foi mais um erro de comunicação. Portugal não é mais do que a expressão democrática da vontade dos seus cidadãos. Ninguém pode pensar, em política, que tem mais razão que a razão que lhe é dada pelos resultados de eleições livres. Mais ainda. Um primeiro-ministro não pode falar com a língua solta.