Évora
Passei uma boa parte do dia no termo de Évora, do lado das quintas do Louredo e de Nossa Senhora dos Aflitos, onde estão as minhas raízes maternas e onde os quinteiros são gente da terra, vidas simples, gerações e gerações a viver dos mesmos solos cansados e secos. É verdade que hoje os que ficam ainda agarrados à terra são os mais velhos, dos setenta para cima. Os outros vivem nas quintas e trabalham, como podem, na cidade. Os mais jovens, vão à Universidade de Évora e depois vagueiam no desemprego. Mas todos são gente de coração grande e de gostos modestos, que vivem com o que têm. Estar com eles é voltar a ler o livro de um país generoso e moderado. E pensar que os nossos dirigentes políticos não têm nem vontade nem saber para puxar este povo para a frente.