Um dia importante
Hoje celebra-se o Dia das Nações Unidas.
Durante mais de três décadas, participei formalmente na comemoração da data. Desta vez havia sido convidado, enquanto antigo do sistema, para uma cerimónia no Senado belga, presidida pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, mas por razões de agenda não me foi possível estar presente. Teria, penso, ouvido o ministro renovar o compromisso de uma maior colaboração entre o seu país e o sistema onusiano. É sempre bom ouvir declarações desse tipo, sobretudo quando a tendência é para que se tomem iniciativas internacionais à margem e revelia do quadro de referência que define a ONU.
Teria, igualmente, assistido à leitura da mensagem do Secretário-Geral. Ban Ki-moon lembra-nos, na sua mensagem, que vivemos num mundo em que a insegurança, a desigualdade e a intolerância são fenómenos em expansão. E acrescenta que a resposta passa pela paz, pelo desenvolvimento, pelo respeito pelos direitos humanos num estado de direito, e pelo reforço social e político do estatuto das mulheres e dos jovens.
Curiosamente, a referência aos jovens apareceu pela primeira vez numa declaração deste tipo.
Também teria, creio, pensado que a ONU tem muitas imperfeições. Mas que um mundo sem a organização seria certamente um mundo ainda mais perigoso.