Tudo fixado com alfinetes e arames
Tive hoje a visita de um amigo que é chefe da PSP no Porto. Disse-me que passara a manhã a passear pelo centro de Bruxelas, a observar a actuação da polícia belga.
Quando me contou o que vira, referiu-se, acima de tudo, aos meios disponíveis: polícias a patrulhar com coletes à prova de balas, um número visível e dissuasor de agentes na Grand'Place e noutros locais de grande afluência, várias viaturas a acudir a um incidente, escassos minutos depois do mesmo ocorrer, isolando bem a área e protegendo os colegas que tiveram que estar em contacto directo com os protagonistas, enfim, presença, meios e eficiência.
Lembrou-me, então, que em Portugal as patrulhas se fazem sem coletes. Como se fosse possível, no meio de uma confusão, dizer ao criminoso, espere aí um pouco, tenha paciência, que tenho que voltar à esquadra, preencher uma requisição, obter um colete, se houver algum disponível, e depois já volto, para continuarmos com o tiroteio.
Somos um país de gente paciente, não há dúvida...