Ideias que em Porugal não voam
Um outro José Vítor, de apelido Malheiros, jornalista no Público, escrevia hoje na sua coluna semanal:
“No domínio do trabalho político gracioso há nos Estados Unidos uma tradição secular: profissionais de reconhecido mérito e sem necessidades materiais oferecem, uma vez abandonada a sua actividade profissional, alguns meses ou anos de trabalho ao Estado – como embaixadores plenipotenciários, enviados especiais, presidindo a comissões, etc. – em troca de uma remuneração simbólica. Chamam-lhes os “dollar a year men”. Mas esta contribuição deve ser dada quando já não possam existir conflitos de interesse e não com a esperança de capitalizar a posteriori os conhecimentos e a influência obtidos nesses lugares. Pode ser uma ideia”
Pois é, caro José Vítor. O seu homónimo ofereceu os seus préstimos a Portugal, nessas condições, de um euro por ano, em 2010, e o governo ficou com um olhar vago, sem saber como tratar da oferta. E a coisa morreu com o tempo.
O mais curioso é que poderia ter sido reintegrado na função pública, com um salário de técnico superior e ser, em seguida, colocado numa prateleira de quadro de adidos, sem atribuições mas a ser pago todos os meses.
Pode ser, de facto, uma ideia, mas que em Portugal não tem asas para voar.