Fora de jogo
Um leitor amigo diz-me que é preciso manter o optimismo. Creio que tem razão. É preciso acreditar que o futuro será melhor que o presente.
Mas não é fácil. O presente está um caos.
Ainda hoje lia na imprensa diária que os prédios da Avenida de Roma e da João XXI estão a ser sistematicamente assaltados, para roubar os metais das entradas e os candeeiros e lâmpadas dos corredores. E alguém me dizia que na Barra Cheia, na zona rural da Moita, as casas sem gente durante o dia são alvos sistemáticos dos gatunos. Segundo parece, até os umbrais das janelas levam. E agora, um conhecido telefona-me para dizer que ontem parou no centro do Porto Covo, uns quinze minutos, o tempo que demorou a tomar um café. Ao voltar ao carro, tinha o vidro partido e a viatura arrombada.
Isto para mencionar coisas que tocam de muito perto ao cidadão comum.
Também é verdade que muitos dos cidadãos comuns estão sem emprego. Isto talvez explique uma parte importante da coisa. Mas será explicação suficiente?
Quem me ler vai pensar que esta divagação pelas questões da segurança quotidiana está fora da agenda, num dia em que a notícia foi a greve dos professores. Porém, sobre esse assunto já se escreveu muito. Incluindo sobre o medo de perder o emprego, um receio cada vez mais frequente, e que certamente esteve na mente dos muitos que hoje “faltaram à escola”.