Espionagem e ingenuidades
As revelações de espionagem sistemática praticada pelos Estados Unidos contra instituições da União Europeia – sobretudo contra a sede da Comissão em Bruxelas – estão a deixar muita gente perplexa e indignada. O que é difícil de entender, digo eu. Será que os responsáveis do Berlaymont ou o Presidente do Parlamento Europeu – uma das vozes que mais barulho tem feito sobre o assunto – são simples de espírito, incapazes de imaginar outra coisa, da parte americana? Ou mesmo, de outros serviços de informações europeus, que estão certamente muito “conectados” com o que se diz e passa no seio da Comissão e devem ter “ouvidos e olhos” em vários sítios, a começar pelo gabinete de Barroso.
Cabe à Comissão Europeia não ser ingénua e proteger-se. Ou então, fazer como eu sempre fiz na ONU e partir do princípio que nestas organizações internacionais não há segredos, tudo acaba por se saber, hoje ou amanhã.