Um OE para enganar os eleitores
O Orçamento de Estado para 2009, hoje aprovado na Assembleia da República contra os votos de todos os partidos, com a excepção fiel e submissa dos deputados do PS, parte de um cenário económico pouco realista. As previsões de receita, quer em termos de IVA, quer de outras tributações, são excessivamente optimistas. Melhor dizendo, não têm qualquer fundamento técnico, são meras construções políticas para ganho do partido do governo.
Numa altura em que é evidente para todos que a zona euro está em contracção económica, é absolutamente injustificado construir um cenário orçamental como o que hoje foi aprovado. As receitas, quando os nossos parceiros económicos europeus estão a atravessar um período de recessão prolongada, irão necessariamente ser inferiores aos valores previsitos.
Se, por outro lado, as despesas forem realizadas como programadas no OE, o que irá certamente acontecer por ser preciso captar votos e por isso fazer obra que encha o olho, o ano de 2009 verá o défice das contas do Estado agravar-se de um modo muito significativo.
Há aqui, meus amigos, uma tentativa deliberada de engano público e de caça aos votos. Que nada tem que ver com a democracia avançada que dizemos querer construir. Nem com uma Esquerda responsável.
Que malandros!