Necessidades...
Sou dos que pensam que é sempre uma má ideia ir buscar um embaixador em exercício, por mais brilhante que seja, e coloca-lo em seguida à frente das Necessidades. As experiências passadas não fazem senão confirmar esta minha maneira de ver.
Digo isto apesar do apreço que tenho pelas qualidades profissionais de muitos dos embaixadores, e, em particular, do meu amigo Nuno. Nuno pertence à nata da nossa diplomacia, é bem verdade. Mas teria sido um erro descarrilar a sua carreira diplomática, que ainda tem muito para oferecer, com um lugar político que, nas circunstâncias de hoje, é muito precário.
A escolha do novo ministro dos Negócios Estrangeiros foi, na minha opinião, uma decisão de recurso. Alguém terá dito não – não quero mencionar nomes – e foi-se assim buscar um homem que dá garantias de não fazer ondas e de saber ouvir os ventos que sopram, vindos do Atlântico Norte.