Estar atento
A rentrée inicia-se de uma maneira curiosa. Neste início de Setembro, quem olha para o nosso país, a partir do exterior, vê duas coisas: uma certa serenidade, depois de um Verão que havia começado mal, do ponto de vista da instabilidade política; e um início de recuperação económica, graças à habilidade e criatividade de muitos dos portugueses.
Como recomeço das actividades, não é mau. Mas quando se entra mais a fundo no assunto, os de fora continuam a pensar que a classe política portuguesa é incapaz de – ou seja, não quer – levar a cabo as grandes medidas de reforma estrutural, quer ao nível do Estado quer ainda das grandes empresas do sector público. E pensam também que as tensões políticas continuarão a agravar-se nos próximos 12 meses.
Instados a dar uma opinião sobre a necessidade de um segundo resgate, acham que será necessário mas temem que certos parceiros europeus não aceitem que tal aconteça. Para esses parceiros, o esforço terá de vir de dentro, do lado de Portugal.