O aprofundamento da nossa crise
Como já havia deixado explícito neste mesmo blogue, há uns dias, a credibilidade financeira de Portugal está a perder terreno, na arena internacional. Está a atingir um patamar a partir do qual qualquer saída do buraco é extremamente penosa. Quem decide sobre estas coisas de emprestar dinheiro aos Estados pensa que a deriva política nacional, quer do lado do governo quer da oposição, vai levar ao agravamento da nossa situação de desequilíbrio orçamental. Irá mesmo provocar uma ruptura de pagamentos e do reembolso da dívida e dos juros.
O momento exige uma liderança clara, inteligente e determinada. Infelizmente, do lado do governo, Paulo Portas e Maria Albuquerque não têm condições nem experiência para lidar com estas coisas. Não estão, de modo algum, à altura. Portas é um político especializado na politiquice e na intriga que definem a política nacional. Albuquerque é uma técnica sem perfil internacional. Não tem o calo necessário para estas coisas. Do lado da oposição, para além da algazarra dos extremistas, de vários bordos, mas unidos pelas mesmas ilusões e ideias irrealistas, temos um Partido Socialista que não percebe em que mundo nos encontramos e passa o tempo a falar do IVA da restauração e de uma Europa que virá por aí abaixo, cheia de solidariedade e de flexibilidade, pronta para nos salvar. É um partido dirigido por escriturários e advogados de província.
Que nos resta? Mobilizar os melhores, reinventar a política e tratar do país a sério. Com os pés assentes na terra, e os olhos virados para um mundo que é o de hoje e de amanhã, e não o Portugal do passado.