Os maus políticos e a insegurança dos cidadãos
É um erro não reconhecer que existe um clima de insegurança em muitas partes do nosso país. A observação empírica mostra que os atentados contra as pessoas e os seus bens se tornaram muito mais violentos. E que os mais frágeis, sobretudo os idosos, as pessoas isoladas e as menos informadas são as vítimas preferidas do novo tipo de criminosos que actuam um pouco por toda a parte. Quando se compara as páginas dos jornais diários com os media equivalentes na Bélgica, um país com mais ou menos o mesmo número de habitantes de Portugal, temos o dia e a noite. Portugal aparece nessa fotografia como um país violento.
Os dirigentes políticos têm uma propensão muito especial para ignorar estas coisas. Os que estão no poder fazem-no para não dar o braço a torcer, não deixar espaço para que os acusem de incompetência em matéria de segurança e ordem pública. Os outros, os que ocupam o espaço da oposição, não falam do assunto por alheamento em relação às angústias e receios dos mais pobres, que são em geral o segmento da população que mais vulnerável é ao crime.
Quando cada um de nós olha à sua volta, descobre sem dificuldade várias pessoas conhecidas que foram, recentemente, alvos de acções criminosas. Isto não era assim há uns tempos atrás. Agora, faz parte do nosso quotidiano. É, no entanto, inaceitável. E mostra, uma vez mais, que os políticos que temos não entendem que a segurança das pessoas deve ser uma preocupação chave da política.