Tem que haver esperança
Manter a cabeça fria é uma virtude. Na vida e na política. Mas nem sempre é possível. De vez em quando surgem umas explosões. Uns arrebatamentos. Devem, no entanto, ser a excepção.
Neste momento, em Portugal, a excepção é a cabeça fria. A regra é a violência verbal, a intolerância perante os adversários, o ataque pessoal e a intriga. E isso acaba também por se reflectir no conteúdo do que escreve mos meios de comunicação social e nas redes sociais. Deixou de haver medida e imparcialidade, ganha quem gritar mais, quem for mais brutal e primário.
Devo dizer que tenho alguma dificuldade em mexer-me num ambiente assim. É fácil cair-se no pântano e chafurdar da mesma maneira, não nego. Por isso, uma certa distância em relação ao presente político faz bem à saúde mental.
Desse modo, quando me perguntam quando penso voltar à realidade portuguesa, digo que tenciono regressar na mesma leva que irá trazer D. Sebastião. Ou seja, ainda acredito que haja esperança.