Empresas públicas desastrosas
Tornou-se conhecido hoje que a ministra das Finanças tem estado a pressionar os bancos portugueses para que continuem a financiar seis empresas públicas falidas no período 2014-2016.
As empresas são as habituais CP, Carris, STCP, mais a EDIA (Desenvolvimento do Alqueva), a EMPORDEF (indústrias de defesa) e a SIMAB, que trata da instalação e remodelação dos mercados abastecedores.
O montante total andará pelos 2,7 mil milhões de euros.
Isto acontece numa altura em que os bancos portugueses têm imensas dificuldades operacionais, prejuízos de monta e uma capacidade muito reduzida de pedir empréstimos além-fronteiras. Estarão, além disso, sujeitos este ano a um exame rigoroso de stress financeiro, sob a supervisão do Banco Central Europeu.
Os recursos da banca, poucos ou muitos, devem ser utilizados para financiar a economia e para o crédito às famílias.
Um governo a sério e com coragem política já teria procedido à reforma das empresas públicas que têm défices crónicos. Não é aceitável, sobretudo num país como o nosso, que precisa de investimentos para o desenvolvimento, que se continue a financiar empresas manifestamente mal geridas e outras cuja viabilidade económica se afigura inexistente.