Regresso da pesca
Copyright V. Ângelo
Na Costa Ocidental de África há cada vez menos peixe nas águas a que os pequenos pescadores conseguem chegar.
Nalguns sítios, traineiras vindas da Ásia pescam a escassas centenas das linhas costeiras, ilegalmente, mas sem que haja capacidade e vontade política para o impedir. Conheço casos em que as tripulações dessas traineiras destroem pura e simplesmente as redes dos artesãos locais que encontram no mar, ou os ameaçam com armas de fogo, para que saiam das melhores áreas de pesca.
Noutros, barcos vindos da Europa do Sul deitam âncora a uma certa distância da costa e limitam-se a esperar que os pescadores tradicionais lhes venham vender, em pleno mar, os melhores resultados das suas pescarias. Em trocam, levam algum dinheiro, cigarros e outros bens para contrabandear em terra. Nalguns casos, há comércio de drogas, a coberto da actividade piscatória.
Assiste-se, assim, a uma destruição muito rápida dos recursos e ao aparecimento de outros modos de vida, nem sempre legais