O debate sem objectividade
O plano anticrise, divulgado pelo Governo no Sábado e discutido hoje na Assembleia da República, não e' muito nem pouco. E' um começo, e só a sua execução permitira' dizer se sim ou não. Contrariamente ao que foi dito pelas diferentes alas da Assembleia, o plano e' fundamental e deve entrar em vigor sem demoras. Veremos, em seguida, se o Governo o consegue implementar com eficiência e se haverá ajustamentos a fazer.
Não devera' ser apresentado como um plano de investimento, mas sim como uma intervenção, um conjunto de medidas, algumas de alcance mais longo, outras de curto prazo, uma resposta de urgência a uma situação de crise que se ira' aprofundar em 2009, incluindo um certo apoio ao emprego e a esquemas sociais temporários, que permitam a muitos portugueses navegar as 'aguas da crise sem se afundarem.
O aumento de capital da Caixa Geral de Depósitos não será talvez a medida mais oportuna nesta fase de crise do sistema bancário. Ao proceder 'a realização dessa medida, o Governo vai intervir no equilíbrio do sistema bancário português e dar um sinal a muitos de cidadãos que talvez seja melhor sair do banco onde se e' cliente e passar a conta para a CGD. Ou seja, poder-se-á assim fragilizar ainda mais certos bancos privados, que depois gritarão na praça pública que precisam da intervenção do Estado.
Finalmente, ficou por esclarecer a origem exacta dos fundos que vão ser aplicados no plano e o seu impacto a médio prazo sobre a dívida pública.