A Palestina precisa da Europa
Mais um dia dramático, na Faixa de Gaza. Apesar do apelo do Conselho de Segurança das Nações Unidas. E das muitas vozes que se elevaram um pouco por toda a parte, a lembrar que não há uma solução militar para a Questão Palestiniana.
A situação actual, com o uso desproporcionado de força por parte de Israel, vai certamente levar a uma radicalização do lado palestiniano. A reacção israelita tem muito que ver com as próximas eleições gerais no país. É preciso mostrar aos eleitores que não se hesita. Que se tem a coragem de se ir para o fogo, desde que os mortes sejam na porta ao lado.
Mahmoud Abbas e a ala palestiniana moderada vão sair ainda mais fracos desta crise. As acções extremas de Israel vão dar mais militantes ao Hamas, novos suicidas, e a todo o tipo de terrorismos que proliferam na região do Médio Oriente e noutras áreas islâmicas que já estão hoje fora de controlo.
A Europa poderia desempenhar um papel fundamental de mediação na crise, mas não tem a coragem política que seria necessária, nem quer desagradar aos americanos. Javier Solana limitou-se a emitir um comunicado de algumas linhas, sem qualquer efeito prático. A Presidência da UE já entrou, entretanto, de férias, à espera da chegada dos Checos...