O reino do Medo
Um pequeno Sebastião, num país que sempre sonhou com nevoeiros e Sebastiões a cavalo, apareceu hoje na Assembleia da República, em nome da falta de autoridade que pretende tratar da concorrência, a dizer que não e' pau mandado de ninguém.
Na verdade, ele, como muitos outros chefes de coisas com ou sem importância, autocontrola-se a si próprio. E' a melhor maneira de guardar o lugar. Estes cavalheiros adivinham o que o chefe grande quer e depois comportam-se a rigor.
E' aquilo a que se referia Henrique Neto, na sua entrevista de há dias ao Correio da Manhã. O Medo. O Medo que existe na sociedade. Numa sociedade em que as oportunidades são poucas, reina o Medo. De perder os subsídios, os tachos, os financiamentos, os empregos, a posição e os cargos, as benesses, de não aparecer na próxima lista de candidatos a deputado pelo partido. O Medo que faz com que muitos sejam os sim-senhor do poder, os chefinhos que sempre dizem que sim.
Portugal precisa de sair desta prisão. De deitar abaixo este reino e proclamar a república. Dos cidadãos livres.