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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Novas fronteiras do jornalismo

No quadro dos Dias do Desenvolvimento, participei hoje na discussão sobre Media, Cidadania e Desenvolvimento. O IPAD, o organismo público que se ocupa da cooperação, é o grande patrocinador destas jornadas. Várias entidades, sobretudo ONGs, aproveitam a oportunidade para expor o que fazem. A antiga FIL é o local de acolhimento da iniciativa.

 

A discussão sobre os media teve como motor a ACEP, a Associação para a Cooperação entre os Povos, uma ONG com um passado credível.

 

Na minha interevenção mencionei que a fronteira entre o jornalismo profissional e o dos cidadãos está a precisar de ser repensada. Hoje existem, no mundo, segundo uma estimativa com um certo fundamento, 115 milhões de blogs. Um número impressionante. O país que proporcionalmente mais bloga é a Coreia do Sul. Se apenas 1% dos blogs do globo se ocupasse de questões políticas próximas das relações internacionais e do desenvolvimento, estaríamos a falar de mais de um milhão de blogs. Muitos desses bloggers estão mais perto e mais por dentro dos acontecimentos que os jornalistas. São, por isso, uma fonte inesgotável e indispensável de informação. Nem tudo o que dirão fará sentido, mas haverá muito que pode ser aproveitado.

 

Neste contexto, que papel deve assumir o jornalista profissional?

 

 

Rapinas

 

As aves de rapina planam a grande altitude. Uma vez o meu jet quase que chocou com uma águia de grande porte, a cerca de 3 500 metros acima do solo. Uma cena que se mantém viva, na memória que muito esquece.

 

São passarões pacientes, silenciosos nos seus voos, muito focalizados, certeiros quando atacam.

 

Lembro-me de certas águias do Zimbabwe, que vivem à custa dos babuínos. Quando os macacos se sentam nos rochedos, ao fim da tarde, para aproveitar os últimos raios solares e descansar, os rapináceos mergulham a toda a velocidade, caiem dos céus com as garras fechadas, e dão um violento soco na cabeça da vítima. O voo seguinte é para levar o corpo assim atordoado, ou mesmo, já morto, por motivo de traumatismo craniano.

 

Quando se vive em terras destas, é melhor andar com os olhos sempre bem abertos. E não se deixar levar pela quietude dos dias que se esgotam. Caso contrário, teremos uma oportunidade única de ser o macaco de uma história triste.

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