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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Respeito

Perguntei a um responsável editorial de um diário lisboeta de referência por que razão continua o seu jornal a dar espaço a umas antiguidades políticas que aí escrevem com regularidade. A resposta foi clara: é uma questão de respeito pelo que essas personalidades foram. Escreverão coisas sem grande nexo nos dias de hoje, muitas vezes meras banalidades sem fundamento, mas os responsáveis pelo jornal querem mostrar que se reconhece os feitos passados dessas pessoas.

 

Fiquei esclarecido. Quando se quer, ainda há respeito em Portugal.

O respeito pelas instituições

Portugal é o país, dos muitos que conheço, em que mais se ataca e insulta o Presidente da República. Independentemente da opinião política que se possa ter sobre Cavaco Silva, a verdade é que, numa democracia ocidental consolidada, não é compreensível uma situação como a nossa. E não é apenas nos blogs nem nas outras redes sociais que isso acontece. É igualmente na comunicação social profissional.

 

Uma coisa é o combate político. Outra, bem diferente, é a falta de respeito, ao nível mais primário, pelos titulares de órgãos de soberania. Sobretudo no caso da Presidência da República. Porquê? Porque neste caso, quem aí está passou por uma eleição geral – só não votou quem não quis – e ganhou por isso uma legitimidade institucional que os comentadores nunca conseguiram. Mais ainda. Alguns desses comentadores do bota-abaixo só ganharam notoriedade política e pública por terem feito uma carreira de yes-men nos respectivos partidos. Foram ministros e outras coisas semelhantes por não terem coluna vertebral. Outros ganharam-na porque uma parte da opinião pública portuguesa dá muito valor aos caceteiros profissionais.

Matilhas e informação

A matilha voltou novamente a devorar a credibilidade da comunicação social. É um espectáculo triste, que traduz bem a qualidade das decisões tomadas pelos editores de jornais e imprensa considerados sérios. E, quando foi repetida e ampliada nas redes sociais, mostrou de novo a ingenuidade que povoa esses meios de comunicação.

 

Tudo começou pela publicação, num jornal de Hong Kong que é lido pelos feirantes de rua locais, enquanto esperam pelos clientes – um pasquim que passa o tempo a inventar historietas de face e alguidar e outras coisas fantásticas, quando não está ocupado a vangloriar as políticas do Partido Comunista Chinês, um partido que retribui esse serviço com um apreço zero pelo jornal em questão. Um dez dias mais tarde, na altura do Natal, quando muitos jornalistas estão de férias e é preciso encher as páginas com qualquer coisa, um jornal mais conceituado, creio que de Singapura, pegou na invenção produzida em Hong Kong e deu-lhe uma pincelada de profissionalismo.

 

A partir daí, a “notícia” correu meio mundo e ganhou estatuto. Incluindo na imprensa portuguesa de referência. Chegou-se ao pormenor de dizer que eram 120 mastins, veja-se bem, 120, uma multidão fora do senso destas coisas, o que significa que cerca de 110 não comeram nada e ter-se-ão devorado uns aos outros.

 

Tudo isto, uma idiotice a acrescentar à loucura de sobrinho assassino, que despachou o tio à boa maneira das ditaduras militares, frente a um pelotão de fuzilamento. Como é do conhecimento de certas embaixadas, “geralmente bem informadas”.

 

Quem não anda bem informado é que depende apenas de alguma comunicação social.

O monólogo sem pontaria

O discurso de Passos Coelho no Pontal foi maçudo e pouco próprio para um comício popular.

 

Como a coisa foi transmitida em directo pelas televisões que emitem por cabo, o homem perdeu uma oportunidade importante de fazer passar umas mensagens.

 

O estilo professoral, dedutivo e pormenorizado, com todas as ideias bem explicadas ao pormenor torna a comunicação intragável. O cidadão desliga e os comentadores irão aproveitar os pedaços do monólogo que melhor servirem os seus interesses pessoais e as agendas políticas dos seus patrões.

 

Que andarão os assessores de imprensa de S. Bento a fazer? Ou serão apenas mais uma série de miúdos, sem experiência nem saber profissional, mas com tacho, que a filiação partidária assim o permite? 

A sabedoria nasce da dúvida

Quem está a definir a agenda política, no que respeita aos assuntos em destaque, estes dias, na comunicação social? De que problemas querem desviar as nossas atenções? Que lutas de grupos existem por detrás dos grandes títulos e dos comentários de opinião de maior relevo?

 

Creio que é prudente nunca esquecer estas interrogações. Sobretudo agora, em que a luta pelos poucos ossos políticos que ainda existem é mais renhida. E que é tempo de vinganças.

 

Como também é aconselhável não cair na esparrela de comentar o que toda a gente anda a comentar. É sempre bom tentar entender, primeiro, quais são os interesses em jogo.

 

 

O miúdo dos briefings

O Secretário de Estado que faz os chamados “briefings” à comunicação social tem todo o ar de quem não está à altura da tarefa. Além disso, a sua falta de experiência política é demasiado evidente. Até aqueles jovens jornalistas que lhe aparecem pela frente parecem estar mais à vontade do que o governante.

 

Apenas não vê esta miséria quem não quer ver. E dir-se-ia que o Primeiro-ministro é um dos que não está a ver o dano que tais manifestações de incompetência acarretam. 

Ter coragem e saber comunicar

A política é uma questão de escolhas entre várias opções. Por isso, dizer que não há alternativa é um erro. É claro que existem, sempre, alternativas. Podem é ter custos sociais e económicos mais elevados. Ou pôr em causa certos valores constituintes da nação.

 

O líder deve ter a coragem e a sabedoria de discutir publicamente as alternativas existentes. Ganhará se souber convencer os cidadãos que a opção que advoga é, de facto, a melhor.

 

Isto quer dizer que o líder não tem medo do debate público. E que só se manterá à frente dos destinos colectivos se souber convencer a maioria que a sua proposição é a que faz mais sentido.

 

Coragem e comunicação eficaz são dois ingredientes fundamentais da liderança. 

Um doente perigoso

Uma palavra positiva, neste fim de dia, para a comunicação social portuguesa.

 

Porquê?

 

Por se terem apercebido da loucura que era a da referência ao regicídio, feita por um doente da política portuguesa. Esse paralelismo com o assassinato de D. Carlos, e a sugestão que algo parecido pudesse acontecer agora, era quase que um apelo à violência assassina, inaceitável em democracia.

 

A comunicação social parece ter entendido isso. Por isso, fez desaparecer dos títulos e das notícias de relevo essa declaração inaceitável. Declaração que, noutras democracias do mundo teria, igualmente, levantado uma onda de indignação. 

Um alerta

A comunicação social portuguesa está em crise, como vários outros sectores da economia portuguesa. Os anúncios publicitários são cada vez menos. E as agências de publicidade que compram espaço nos jornais e nas televisões têm conseguido impor tarifas muito abaixo do que era usual. A concorrência entre os órgãos de comunicação social é hoje mais severa que nunca.

 

Neste clima, cada um tenta explorar ao máximo cada oportunidade que surja. O comentário extremo, a notícia alarmante, a “novidade” cujo fundamento não foi confirmado, tudo serve para criar títulos apelativos e tentar captar audiências. Numa situação destas, a imprensa cai facilmente em ciladas, fica mais vulnerável à instrumentalização por forças próximas do governo ou das oposições, deixa-se arrastar na onda de radicalização da vida politica que está em curso. 

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