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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Moçambique, um modelo de desenvolvimento enganador

Começou um segundo dia de distúrbios civis na zona metropolitana de Maputo. O governo aposta numa presença maciça das forcas de segurança nas principais artérias, como meio de resolução da crise mais imediata, a da ordem pública. 

 

Para além da intervenção de ontem ao fim da tarde do Presidente Guebuza, ninguém mais pareceu a falar em público e a tentar apaziguar os ânimos. As elites políticas, intelectuais e religiosas estão fechadas em casa, sem voz nem entendimento do seu papel numa situação social como a presente.

 

Como referi ontem, o país precisa de mudar de modelo de desenvolvimento. Precisa de equacionar, como muitos outros em África, a questão da urbanização rápida, que está a transferir a pobreza dos campos para as grandes cidades. Necessita, igualmente, de reflectir sobre a modernização do sector agrícola, sobretudo no que respeita à produção de bens alimentares de consumo corrente. Não se compreende que Moçambique importe o que come, do país vizinho, quando tem um potencial agrícola enorme. É altura de passar aos investimentos na agricultura comercial. Sem preconceitos ideológicos. Essa é também uma das maneiras de evitar o êxodo rural.

 

Incertezas e angústias

A Cimeira do G20 foi um fracasso. Numa altura em que, mais do que nunca, e' preciso liderança e capacidade de construir consensos, nada aconteceu. Cada líder esta' preocupado com a sua sobrevivência nacional. Faltou quem trouxesse uma visão de conjunto. Mesmo o Presidente Obama, apesar das suas qualidade e da compreensão que tem da crise mundial, foi apenas uma sombra de si próprio. As querelas e os jogos de poder de Washington, a tragédia no Golfo do México e as eleições de Novembro preenchem o campo das suas preocupações e não deixam espaço para os grandes desafios internacionais.

 

São tempos de grandes incertezas. E de angústias.

Mais uns cavacos para a fogueira

O artigo de Mário Soares, no DN de hoje, vem acrescentar mais confusão. As razões ou motivações ficaram por esclarecer. Mas o impacto, ao fragilizar ainda mais o Secretário-geral do PS, é grande.

 

Entretanto, o candidato ainda não disse uma palavra de agradecimento pelo apoio, mesmo se pouco entusiástico, que o PS lhe trouxe.

 

Vivemos num país que parece andar fora-de-jogo. Se assim continuarmos, não iremos longe. Nem no campeonato do mundo nem na resposta à crise.

 

Um que parece completamente fora das marcas é o Secretário de Estado do Emprego. O homem disse, no dia em que as estatísticas europeias afirmaram que o desemprego em Portugal continuava a aumentar, que os dados do governo mostram uma diminuição do número de desempregados. Sem mais, que dar conteúdo às frases feitas não está nos hábitos.

 

E a Ministra da Educação não quis ficar para trás. Meteu mesmo a mão à bola, a pedir uma grande penalidade, ao anunciar que uma centenas de escolas irão fechar num futuro breve. Em política, timing é um factor chave. A senhora escolheu o pior timing, a altura errada, ao acrescentar mais esta acha para a fogueira da inquietação nacional. Como se a agitação social precisasse de mais combustível.

 

Com jogadores assim , mesmo que o árbitro finja que não vê, o público assobia. Forte e feio.

Sol e sombras

 

Num artigo recente, na Visão, afirmei que a Grécia estava mais perto da insolvência do que muita gente pensava.

 

Agora, com as obrigações do tesouro grego a serem classificadas como de alto risco, o que dissera há umas semanas, e que poderá ter parecido despropositado para alguns, tornou-se uma hipótese plausível. De facto, a cessação de pagamentos da dívida pública, por parte de Atenas, no curto prazo, não é de excluir. 

 

A ajuda europeia vai tardar, receio, em virtude das eleições regionais alemãs, que terão lugar no segundo fim-de-semana de Maio. A Alemanha é o motor deste processo e, igualmente, o principal financiador do pacote. Terá que disponibilizar mais de 8 mil milhões de euros. O eleitor médio alemão, e não só este, mas também muitos cidadãos de países do Norte da Europa, não entende as razões nem aprova um apoio financeiro excepcional à Grécia. Existem velhos preconceitos em relação aos países do Sul. Essas imagens voltaram à tona de água, à medida que a crise se foi tornando clara e que outros estados meridionais passaram a ser citados como estando na fila dos devedores precários.

 

Para Portugal, a evolução dos acontecimentos de hoje, incluindo a baixa do nível de notação da nossa dívida pública, é preocupante. O relatório da agência de rating Standard and Poors diz, no essencial, que as chances de crescimento da nossa economia, nos próximos dois a três anos, não se vislumbram. Acrescenta, ainda, que os cortes nas despesas do Estado não serão fáceis de concretizar.

 

As greves em curso mostram, em grande medida, que a capacidade de manobra no domínio do trabalho é muito reduzida.

 

Entretanto, milhares de portugueses da zona da grande Lisboa aproveitaram bem a falta de transportes. Ficaram nas praias da Costa do Sol, que a Linha de Cascais não tinha combóios que os trouxesse para os empregos.

 

Um país em cima do joelho

A falta de formação profissional dos trabalhadores portugueses continua a ser uma das razões fundamentais do nosso atraso económico. Basta andar por aí para se perceber que somos um país de amadores, de "soldados sem instrução" e de fazedores de coisas em cima do joelho. 

De Paris

 

 

Ontem estive no Luxemburgo. O meu restaurante favorito, La Boucherie, estava às moscas, à hora do almoço. Situado na zona rica da cidade, será isto um indicador que os bancos e os serviços financeiros ainda não saíram da crise?

 

A verdade é que continua a haver muito cepticismo no que respeita à recuperação. Poucos acreditam que é sustentável.

 

Hoje, em Paris. As grandes lojas estão vazias. Fui comprar o meu whisky e as empregadas estavam tão contentes de ver um cliente que tive medo das consequências.

 

É fundamental continuar a reflectir sobre a crise. 

O vento sopra devagarinho.

 

Longe do terreno de operações, é verdade, mas em contacto. Nas últimas 24 horas tivemos uma emboscada contra uma das mulheres que se ocupa da segurança, tiros, cinco homens em camuflado militar ao ataque, donde viriam, pergunto, o pânico, o carro a tentar escapar ao assalto, a virar-se no terreno instável, uma situação que traz mais dores de cabeça e aflições.

 

Também ocorreu um acidente com uma das equipas de pilotos de helicópteros. Uma festa mal sucedida. Vodka. Mais vodka, que os pilotos provenientes das terras frias nem sempre se lembram que estamos em zonas secas. Feridos. Uma corrida louca para o nosso hospital militar, acidente, à entrada da base, precipitação, mais feridos, novo embarque, sempre a caminho do hospital, mas o piloto que fazia de motorista, turvado pela pressa, o álcool, a confusão, entra a direito na base, esquece-se que a entrada faz um S de segurança, vai de frente contra as barreiras de protecção, mais outro ferido, mais confusão, há dias assim, em que os estragos são por nossa conta.

 

Entretanto, um mundo diferente gira à minha volta. Hoje. Um mundo onde se navega num lago de tranquilidades e facilidades, como se a vida fosse um jardim de flores cor creme e roxa, em que uns têm tudo, e outros vivem num Portugal que não paga os salários em atraso, que rouba a criatividade dos que sabem fazer coisas, um país que recompensa o esforço com misérias, e que se deixa andar, sem tino nem moral, ao abrigo da pequenez que somos e do vento que sopra devagarinho.

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