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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

Ao rubro

A crise na Ucrânia tem despertado toda uma série de reacções emocionais. Os colunistas que escrevem sobre o assunto fazem-no, em geral, de forma exaltada, cem por cento a favor de uns e cem por cento contra os outros. Os intelectuais de esquerda, por exemplo, esquecem-se dos interesses em jogo e passam o tempo a demonizar os novos dirigentes e a defender a Rússia. Como se a Rússia de Putin fosse a Rússia dos sovietes, a Europa a vanguarda do imperialismo internacional e os líderes ucranianos uns rebentos tardios do nazismo de outrora. A direita, por seu turno, procura humilhar os russos a qualquer custo e fazer de Putin o derrotado desta história.

 

Estas visões estreitas e sectárias de uma realidade bem complexa acham que a confrontação deve ser a chave do problema. Assim se cria uma atmosfera favorável à violência. Por isso, a posição mais correcta, neste momento, é a que procura acalmar o jogo e sublinhar que a falar é que todos se entendem.

Reflexão de Natal

No dia de Natal convém combater o facciosismo. Há por aí muitos sectários. Muita gente a ver a realidade por um só prisma, o seu. Tudo o que se diz, comenta ou escreve a partir da posição ou campo que defendem, está sempre certo e é de imediato apoiado. O que é dito por outros, quem olham para as coisas a partir de uma outra lente ou com base numa outra posição partidária, é de imediato recusado. São gente que vê o país a preto e branco, e que tomam partido de modo monocolor.

 

Recuso essa maneira de ver as coisas. Oponho-me a uma sociedade de facciosos. Só leva à ruina.

 

É fundamental denunciar quem promove essa maneira de estar na vida pública.

 

Mas a primeira denúncia deve começar por nós. É que muitas vezes nós somos o intolerante que se ignora.

 

Não seria bom pensar nisso, num dia de Natal, sobretudo nas vésperas de ano que precisa de gente capaz de ultrapassar os arames farpados que nos separam?

Chissano e a CPLP

Desde os meus tempos de Moçambique, na primeira metade da década de oitenta, sempre considerei Joaquim Chissano como um homem inteligente e sem papas na língua.

 

Hoje, na entrevista que dá ao Expresso, volta a mostrar que vale a pena prestar atenção ao que ele diz. Instado a falar sobre o futuro da CPLP, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, o Antigo Presidente disse: ”Há quem veja na lusofonia uma maneira de perpetuar a nostalgia do império”.


Muitos irão achar que Chissano exagera. Que na realidade será contra Portugal e que esta afirmação resulta de pesadelos coloniais de que não conseguiu libertar-se. Seria um erro pensar assim, tentando diminuir uma posição que conta e que é, provavelmente, partilhada, embora nalguns casos subconscientemente, por outros líderes das antigas colónias.

 

Vejo muita verdade nessa opinião. Noto, com frequência, que vários dos que falam, em Lisboa, da lusofonia têm em mente a apologia de um passado que há muito que deixou de existir. Estão a tentar justificar uma ideia de grandeza que tem mais de lírico do que de real. A língua é importante não só quando é falado por milhões, mas sobretudo quando nos permite uma maior aproximação com os outros povos que, em certa medida, a partilham. A língua é um instrumento de comunicação. No caso da CPLP, o objectivo deve ser o de transformar o português num veículo de entendimento entre povos muito diversos, uns com raízes lusitanas, mesmo que míticas, outros com antepassados e valores bantus, e mais outros, como no caso do Brasil, com raízes complexas, misturadas, ou ainda, pensando em Timor-Leste, com os pés assentes numa variante da cultura malaia.

 

Conviria pensar nisto. 

O Egipto e nós

O que se passa actualmente no Egipto, à volta do projecto de Constituição e dos direitos das minorias, da igualdade entre os homens e as mulheres e dos atentados à liberdade de participação na vida pública das ONGs, é preocupante.

 

 Convém dizer ao Presidente Mohamed Morsi, diplomaticamente mas com firmeza e sem ambiguidades, que o futuro da paz e da democracia no seu país não estará garantido enquanto estas questões não forem resolvidas.

 

E terão que ser resolvidas tendo em conta os princípios aceites pelas Nações Unidas e que se encontram gravados nas convenções internacionais.

 

A liderança egípcia e a Europa não podem deixar o país cair no caos.

Diálogo e serenidade

 

Copyright V. Ângelo

 

Depois de uma semana de viagem pelas terras do Leste e Centro da Europa, e de ouvir dezenas de discursos e declarações, este Sábado de manhã faz-me pensar que continua a haver um défice de diálogo no seio da Europa e, igualmente, entre o Ocidente e a Rússia.

 

Como também há uma grande falta de serenidade no relacionamento político.

A Rússia e o Ocidente

Passei umas horas, esta semana, a discutir com um dos conselheiros mais próximos do Presidente Medvedev. O homem, professor de ciências políticas e senhor de muitas viagens e estadias no Ocidente, é fascinante. Tem todos os truques da velha União Soviética, que combina com uma linguagem moderna, muito a favor da pluralidade de opiniões. 

 

No fundo, o que o Kremlin parece querer é claro: que seja tratado em pé de igualdade com o Ocidente, que seja visto como um parceiro de confiança.

 

Penso que o Ocidente, pelas informações que tenho, também gostaria de ter uma relação de confiança e de maior cooperação com a Rússia de hoje.

 

Mas a Rússia é ainda um grande mistério. Como todos os mistérios, faz algum medo. Mais ainda. O Estado de direito e a legitimidade democrática do regime são matérias que ainda apresentam um grande potencial de aperfeiçoamento...


Foi isso que tentei explicar ao conselheiro.  

 

Como os velhos hábitos morrem devagarinho, o meu interlocutor fingiu que não percebeu. E eu pretendi que, de facto, ele não havia entendido. O que me permitirá repetir a dose. O diálogo vai continuar. A relação é muito importante.

Bélgica, fim-de-semana ou de uma época?

A Bélgica vai passar este fim-de-semana à beira da ruptura. O presidente do Partido Socialista (francófono), Elio Di Rupo, depois de várias semanas de consultas inter-partidárias, abandonou esta tarde o encargo de tentar chegar a um acordo, que pudesse levar à constituição de um novo governo.

 

Di Rupo, que mal fala a língua da Flandres, onde vivem cerca de 60% dos belgas, mostrou ser um dirigente paciente, sincero, bem educado (ainda há políticos que não dizem meia dúzia de palavrões em cada frase pronunciada), criativo e com um grande sentido de missão. Ganhou o respeito de muitos cidadãos, nas duas comunidades linguísticas. Mas não conseguiu reunir um consenso sobre o futuro institucional da cidade de Bruxelas e dos municípios circundantes.

 

A crise é muito grave. O país está mais perto do que nunca da fractura. É o resultado de muitas décadas passadas a acentuar as diferencas entre as duas comunidades linguísticas. Fazer política com base em questões identitárias leva qualquer país ao extremismo e ao desastre. Mesmo no centro da Europa. 

Um Domingo bem cheio

Tive a oportunidade de gravar uma boa conversa com a Rádio Renascença. Achei que a equipa era dinâmica. Gente jovem e bem motivada. A entrevista vai ser difundida na Terça-feira. Falámos de direitos humanos, conflitos, desenvolvimento, relações internacionais, do papel das Nações Unidas e da situação actual, no seio da União Europeia.

 

Mais tarde, teve lugar a primeira sessão informal do Grupo de Reflexão que vai ajudar o centro Norte-Sul do Conselho da Europa. Um grupo de gente que se sente à vontade no mundo global. Que vê a globalização como uma oportunidade para todos, não como uma ameaça. Que sabe qual é o papel que a educação desempenha, quando se trata de preparar os cidadãos de amanhã.

 

O grupo tornou-se possível porque um homem multimilionário da Arábia Saudita, Mohamed Bin Issa al-Jaber decidiu financiar todos os custos ligados ao seu funcionamento. Al-Jaber gasta, cada ano, milhões de dólares em projectos que promovem um melhor entendimento entre o mundo árabe e o resto do globo.  

Temos que falar

 

Um dia ao telefone. A diplomacia das palavras. A procura de plataformas comuns.

 

No comunicar é que está o ganho. Sem diálogo, não há futuro.

 

Ao fazer o balanço do dia, penso na falta de diálogo que caracteriza a política portuguesa. Andam todos a dizer coisas. A tentar marcar pontos. Sem que haja entendimentos. É só conversa, numa guerra de palavras, inspirada pelo sectarismo e a exclusão.

 

 

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