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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Conspirações e mentes distorcidas

A cegueira partidária manifesta-se frequentemente. A seguir às autárquicas, houve quem dissesse “o meu partido perdeu votos, mas está cada vez mais forte”. Agora, que o ministro da Defesa parece ter metido os pés e pelas mãos, e depois do responsável pela associação de oficiais no activo ter dito que Cravinho é arrogante e não ouve ninguém, apareceu gente a dizer que a embrulhada foi uma conspiração do pessoal da Armada para embaraçar o governo e criar divisões entre António Costa e o Presidente da República. A querela pública entre o ministro das infraestruturas e o das finanças também deve ser uma conspiração. Só que não se percebe quem poderá ser o autor, a não ser que seja o António Costa para atrapalhar o primeiro-ministro. Tudo é possível, sobretudo nas mentes inventivas dos teóricos das conspirações.

Os senhores do poder

Não pode haver uma lei para o povo e outra para os governantes. Não pode, mas cada vez mais se tem a impressão que de facto há. E isso acontece quando a oposição é fraca e desfocada. Como estamos a ver, cada vez mais frequentemente, os que estão no poder aproveitam-se dessa fraqueza. Fazem o que querem, dizem o que lhes passa pela cabeça e desculpam-se despejando as culpas nos mais fracos.

Tudo isto mostra uma classe política pouco recomendável, por uma razão ou por outra – abuso do poder ou falta de unhas para tocar a guitarra da mudança

Eles consideram-se acima das leis

O que se pede aos políticos, sobretudo a quem está no governo, é que não pensem que estão acima das leis e que podem fazer aquilo que o cidadão comum não pode. Uma vez, há uns anos, fui convidado para ir dar uma palestra na delegação do Porto de uma instituição pública. O dirigente dessa instituição disse-me que poderia ir no seu carro oficial, ao lado dele, com motorista e tudo. Aceitei e jurei que nunca mais aceitaria uma boleia desse tipo. O carro foi conduzido a alta velocidade, muito além do limite e da prática que existe na A1. Fiz duas ou três observações sobre o perigo e a ilegalidade desse excesso de velocidade. A resposta foi que não me preocupasse, pois, o motorista era um excelente profissional e a viatura era oficial.

Trata-se de um mero exemplo. Mas há muitos mais, incluindo viagens ao estrangeiro por tudo e por nada, quando as pessoas estão confinadas. Esses desrespeitos pelas normas e pela normalidade acabam por manchar profundamente a classe política. E criam a mentalidade, entre certos dirigentes, que são donos e senhores do poder, quando na realidade, deveriam considerar-se simples encarregados de missão.

Uma medida gratuíta

A Área Metropolitana de Lisboa fica entregue a si própria durante o fim-de-semana. Quem nela vive ou visita vai continuar a poder andar nas ruas sem máscara – é isso que vejo todos os dias – e a organizar almoços e jantares com grupos de amigos. Ou a ver jogos de futebol com a malta do clube a celebrar à brava à volta dos ecrãs das televisões. E ninguém lhes irá lembrar que a prevenção é o melhor remédio. Nem que o vírus ainda não desapareceu, antes pelo contrário.

A discussão bravia que por aí vai

A classe política e os comentadores do costume andam muito ocupados a discutir uma nomeação partidária – do partido do governo, é óbvio – para uma comissão importante. Mas, perante os problemas que o país enfrenta e as reformas estruturais que deveriam ser discutidas e feitas, isto é uma ninharia. O pessoal agarra-se a ninharias com unhas e dentes. Confunde, assim, o acessório com o que é essencial. E quem está no poder, goza.

 

Andam a distrair a nossa atenção

Na verdade, dizia-me um amigo esta tarde, andamos todos muito distraídos a discutir guerrinhas sem interesse, distrações, Padrões dos Descobrimentos e outras touradas. E quem está no poder, esfrega as mãos de contente. As atenções estão muito longe dos verdadeiros problemas da governação, como por exemplo, as falhas na ajuda às pequenas empresas, as prioridades do plano de recuperação e do futuro ou ainda a navegação à vista, no que respeita às questões da TAP, da administração de justiça, da luta contra a corrupção, da campanha de vacinação que não anda nem desanda ou do nosso posicionamento no espaço europeu. Neste último ponto, a presidência europeia continua na obscuridade, sem nada que possa ser associado, para já, a iniciativas vindas de Lisboa

A prioridade absoluta

Dois, um, oito, ou seja, 218. Este é número de óbitos por Covid, nas últimas 24 horas, em Portugal. A este número assustador, temos infelizmente de acrescentar, no mesmo período, mais 10 455 casos positivos de infecção pelo novo coronavírus. Estes valores são simplesmente alarmantes, tendo em conta a dimensão populacional do nosso país. Deveriam servir de toque de clarim, que chamasse a atenção de todos para a gravidade do momento que estamos a viver. Isto já não é uma questão sobre se se pode vender, ou não, cafés ao postigo dos bares e restaurantes. É uma catástrofe nacional que exige liderança, uma liderança que mobilize cada cidadão, cada responsável, seja a que nível de autoridade for, para que haja consciência que o comportamento de cada um conta enormemente.

Hoje, ao começo do dia, tinha uma videoconferência internacional. Eu era o único português nos ecrãs. Antes de se entrar no assunto da conferência, a primeira pergunta vinda de outros mundos foi para expressar preocupação pelas notícias que estão a chegar, relativas ao Portugal da pandemia. Perguntaram-me se estava resguardado.

E um participante disse-me que em Bruxelas muitos não entendem a razão que levou o Primeiro Ministro português a insistir, nesta passada sexta-feira, numa reunião presencial, em Lisboa, no Centro Cultural de Belém, com a Presidente e vários Comissários europeus. O PM sabia, já nessa altura, que o risco de contágio era elevadíssimo. Que o ministro das Finanças e outros estavam positivos, ou seja, que o vírus andava a circular nas esferas da governação, aqui em Lisboa. Mesmo assim, insistiu no convite, quis que fizessem a viagem de Bruxelas até Belém. No seguimento, três Comissários ficaram de quarentena, mais um punhado de funcionários europeus. Imaginam os comentários que isto provocou.

Neste momento, só há uma urgência absoluta, aqui em Portugal: achatar a curva. O resto deve ficar para depois.

 

A mentira da Justiça

O que aconteceu e continua a acontecer no nosso Ministério da Justiça, sobre as falsidades que oficialmente foram transmitidas a Bruxelas sobre o procurador europeu, não deve ser classificado como uma trapalhada. É bem mais do que isso. E muito grave. É um abuso do poder, por parte de um grupo de governantes que pensa estar de pé e cal na mó de cima. Olham à volta e não vêem oposição que lhes faça medo. Sentem-se seguros e, por isso, seguem o velho princípio do quero, posso e mando, ao qual juntam o igualmente velho hábito da política portuguesa, o compadrio.

Dito de outra maneira, é uma política sem ética. Corrupta até ao tutano. Sim, que a justiça faz parte do âmago do Estado. É uma função essencial de soberania que se mostra tão desvirtuada como muitas outras.

A Ministra não se demite e o Primeiro-Ministro não se manifesta. Estamos bem entregues.

Os dias cinzentos

Em Portugal, os números diários de óbitos por causa da Covid-19 são muito altos, muito preocupantes. Se tivermos em consideração o número total de habitantes, estamos com valores absolutos mais elevados do que na Alemanha, por exemplo. Ora, a Alemanha acaba de tomar todo um conjunto de medidas de contenção, por um período de várias semanas. O período inclui o Natal e o Ano Novo. As reuniões de família e as festas estão proibidas. Entretanto, o país já preparou toda a infra-estrutura necessária para a gigantesca campanha de vacinação que tem pela frente.

Por aqui, parece haver uma certa despreocupação.

Os próprios candidatos às presidenciais andam longe do assunto. Discutem e discorrem sobre insignificâncias e deixam passar os temas da pandemia e da vacinação entre as malhas das suas redes miúdas. Ainda não soube de um candidato que valesse o tempo que lhe foi dado pelas televisões. Voar baixinho é a norma. Ninguém se lembra que as águias voam a uma certa altitude e só mergulham no assunto, num voo picado, quando a presa vale a pena.

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