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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

Os desastres dos políticos

O acidente com o avião da companhia alemã Germanwings continua a dominar as notícias na nossa parte da Europa.

Esta tarde François Hollande, Angela Merkel e Mariano Rajoy visitaram o local que funciona como centro de operações, a poucos quilómetros do local do embate na montanha. Haverá quem critique estas deslocações, dizendo que mais não são do que exibição política. Se esses dirigentes tivessem decidido ficar nos seus gabinetes, à espera das notas de informação, muitos outros criticariam aquilo a que chamariam de falta de sensibilidade política.

Quando se lidera, há que saber fazer escolhas. Neste caso, a opção mais correcta era bem clara. Foi isso que os três líderes fizeram.

Vale mais pecar por excesso que por defeito. E um líder tem que mostrar empenho pessoal na resolução e esclarecimento de algo que é visto como um drama público e de grande interesse para muitos. Tem também que dar apoio aos que, com muita abnegação, intervêm na resposta a este tipo de acidentes, bombeiros, polícias, pessoal de saúde, funcionários da administração local, etc. A experiência diz-me que essas manifestações de apoio são altamente apreciadas por quem anda no terreno, ao vento e ao frio, no contacto com a dor e destruição.

De Paris a Lisboa, palavras de Ano Novo

No seu discurso de Ano Novo, o Presidente da República quis combater o pessimismo generalizado, a desmotivação reinante neste momento na sociedade, a maledicência, que se transformou numa espécie de passatempo nacional. Pintou, na verdade, um retrato do país que mostra a existência de uma crise moral aguda e de uma perturbação profunda da vida política, que deixou de ter a credibilidade necessária.

Creio que as palavras do Presidente Hollande podem ser igualmente lidas noutros cantos da Europa, incluindo nas terras da beira-Atlântico.

Tempos de grandes mudanças

Em Blois esta noite, depois de ter visto um bom número de turistas brasileiros na região do Vale do Rio Loire, uma zona que é famosa pelo número e beleza dos seus castelos. Pelo que me foi dito, os brasileiros com posses estão numa de gastar e aproveitar o dinheiro que têm. Não acreditam no futuro imediato do país. Vive-se o presente.

Curiosamente, o meu anfitrião francês de ontem à noite também não vê com optimismo o futuro da França. Mas fala ainda com menos optimismo do presente e do ano que se aproxima.

Estamos numa fase em que a política tradicional e as cliques partidárias habituais estão a ser fortemente contestadas. E não apenas no Brasil ou na França.

É um período de grandes interrogações.

Flexibilidade fiscal, vírgula

Andam por aí, neste belo país que é o nosso, uns fulanos matreiros que nos dizem que com a nova Comissão Europeia e com Matteo Renzi, o primeiro-ministro italiano, ao ataque, a regra dos 3% de défice anual das contas públicas vai ser encarada com flexibilidade. E que, por isso, os governos, a começar pelo francês e acabar no que irá sair das eleições portuguesas de 2015, vão poder “investir”.

 

As indicações que tenho não são bem assim. Haverá flexibilidade sim, verdade, mas apenas se os governos em causa conseguirem provar a Bruxelas que as reformas da administração e dos gastos públicos estão em curso. Nos outros casos, não haverá. Aplicar-se-á o princípio da infração às regras fiscais.

Jyrki Katainen, o ex-primeiro-ministro da Finlândia e futuro vice-presidente da Comissão, vai ser o vigilante de serviço. É um puritano, em todos os sentidos, mesmo em matérias orçamentais. Pierre Moscovici, o Comissário francês para a economia e as finanças, um político que tem vivido à sombra de Hollande, estará subordinado a Katainen. Pouco poderá fazer senão seguir a ortodoxia.

 

A nova equipa da Comissão pensa que Renzi e Hollande, por detrás do palavreado sobre a flexibilidade, são políticos que não querem fazer as reformas de fundo que se impõem nos seus respectivos países. Em ambos os casos, o medo de perder a clientela partidária que os apoia fala mais alto do que a reforma das instituições e a baixa dos impostos, que há muito deveriam ter sido feitas.

.

Moedas incertas

A escolha, pelo Primeiro-ministro de Portugal, de Carlos Moedas para integrar o colégio de Comissários da Comissão Europeia, veio chamar-nos a atenção para vários factos.

 

Primeiro, as nomeações feitas pelos estados membros têm sido em geral de políticos de segunda linha. Nota-se, uma vez mais, como aconteceu nos colégios que Durão Barroso presidiu, a tendência para enviar para Bruxelas políticos em perda de velocidade, ou então, num ou noutro caso, jovens num processo de ascensão, mas sem grande experiência, que vão continuar a sua aprendizagem na Europa, antes de voltarem, já com mais calo, às lides políticas dos seus países de origem.

 

Segundo, Juncker está a revelar-se um osso duro de roer. Não tem aberto o jogo de quem vai ser nomeado para que pasta, nem parece ceder às pressões vindas dos líderes nacionais. Hollande e Cameron, por exemplo, tentaram negociar a atribuição de funções importantes para os seus, mas aparentemente sem grande resultado. O mesmo terá acontecido com Passos Coelho, embora neste caso o peso de Portugal fosse à partida um handicap. Para mais, depois de dez anos de presidência, há uma espécie de acordo tácito em Bruxelas que a pessoa enviada por Portugal acabará por ter uma pasta de valor marginal.

 

Terceiro, não tem havido um número suficiente de mulheres propostas para Comissários. Assim, é muito provável que a Presidência do Conselho Europeu e o lugar de Alto Representante para a política Externa venham a ser atribuídos, respectivamente, à Primeira-ministra da Dinamarca e à ministra dos Negócios Estrangeiros da Itália. A dinamarquesa tem alguma experiência, embora os seus cinco minutos de fama se devam à “selfie” que tirou, na galhofa, no funeral de Nelson Mandela, ao lado de Obama e de Cameron. A italiana é uma jovem diplomata, muito verde. A sua nomeação para substituir a Baronesa Ashton, se acontecer, seria mais um salto no desconhecido e numa política externa europeia às apalpadelas.

A Europa pela positiva

http://tinyurl.com/kc3a37b

 

http://tinyurl.com/mjqyc4e

 

 

 

Estes são os links para o meu texto de hoje na Visão.

 

Escrevo sobre a União Europeia, as próximas eleições e sobre as fragilidades actuais. Sublinho que o único caminho inteligente é o que passa pelo aprofundamento, à medida do possível, da união política.

 

O problema é, no entanto, outro: poucos são os políticos com coragem de dizer o que deve ser tido. A grande maioria, a ver como estão as coisas, vai optar pela negativa, pelo populismo bacoco.

 

Para facilitar a leitura do texto transcrevo-o aqui também.

 

Boa leitura.

 

 

Tempestades europeias

Victor Ângelo

 

 

 

 

A dois passos das eleições para o Parlamento Europeu, é importante falar da Europa de modo positivo e reafirmar a relevância do projecto comum. A opinião pública é um pilar indispensável da construção europeia. Sobretudo numa altura de grande fragilidade, em que a UE é alvo de ataques internos e externos muito sérios, capazes de causar divisões e pôr em causa o futuro.

 

 A nível interno, verifica-se uma convergência de investidas provenientes de vários quadrantes, nomeadamente de forças políticas radicais, extremistas de direita e de esquerda, ultranacionalistas e populistas. As linhas políticas com que se cosem são, aliás, praticamente as mesmas: a demonização do euro e do sistema financeiro; a culpabilização dos outros, do estrangeiro, e outras ficções identitárias que alimentam a xenofobia; o apoucamento dos dirigentes das instituições comuns e dos líderes políticos no poder; a idealização do passado, o mítico em vez do real; a ilusão do regresso às fronteiras nacionais bem como a rejeição de uma visão mais ampla da cidadania europeia. Cria-se assim uma Europa em risco de colapso graças a uma coligação informal de oportunistas, de retrógrados de vários calibres e de iluminados políticos. São gente que procura tirar partido das dificuldades e frustrações dos cidadãos erradamente deixados para trás, dos que não foram ajudados nem preparados para os desafios de uma Europa e de um mundo em mutação acelerada. Em tempos de crise e de incertezas, a política do bota-abaixo e do tribalismo nacional aproveita-se dos medos colectivos e dos desapontamentos sociais. Faz parte das artimanhas dos extremistas saber criar fantasmas e sentimentos de insegurança, para depois tirar os dividendos que daí possam advir. O populismo dá votos, como deu aos ditadores do passado europeu, na primeira metade do século XX. Mas convém lembrar que leva igualmente ao desastre, como a história nos mostra.

 

Ao nível externo, há os que pensam que uma Europa unida é uma ameaça para os seus interesses geoestratégicos e económicos. Não tenhamos ilusões nem sejamos ingénuos. Quem vê a UE assim, quem olha para nós a partir do prisma do antagonismo e da competição negativa, tudo fará para tirar vantagem das vulnerabilidades actuais e sapar a unidade europeia.

 

A verdade é que a batalha da opinião pública não está ganha. Há oposição e há indiferença. Por várias razões, a informação e o esclarecimento não chegam aos cidadãos, não atraem o interesse popular. Neste quadro, o texto que François Hollande publicou, a 8 de maio, no diário Le Monde, deve merecer atenção e ser divulgado. Trata-se de uma reflexão construtiva, bem argumentada, realista e equilibrada sobre o que está em jogo nas eleições de 25 de maio. O presidente francês reconhece que a UE está em perigo de desintegração. Lembra-nos que uma Europa fragmentada abriria o caminho a confrontações violentas entre os estados. Seria uma Europa a contracorrente da tendência actual, que visa criar grandes espaços políticos e económicos. Defende, por isso, o reforço político da UE bem como a ideia – controversa mas que merece ser debatida – que esse aprofundamento se possa fazer mais rapidamente entre os estados dispostos a integrar o pelotão da linha da frente.

 

Penso que o debate nos próximos tempos deve ter em conta esse texto de Hollande. Ao qual juntaria o livro de reflexões que Herman Van Rompuy acaba de publicar – “Europa na Tempestade”. Entre muitas coisas, o Presidente do Conselho Europeu diz-nos que a gestão da crise europeia tem sido inspirada pela determinação de manter a união. É essa vontade que precisa de ser partilhada pelo maior número possível de cidadãos.

 

 

 

 

Credibilidade

Creio que já o disse aqui, mas volto a repetir que em matéria política a credibilidade é fundamental. O líder deve ter sempre presente que precisa de manter e salvaguardar a sua credibilidade. Essa é a questão que deve estar permanentemente no centro das suas preocupações.

 

Por outro lado, os cidadãos têm que manter a confiança no líder. Só assim se pode governar com um mínimo de sucesso. Só assim se consegue fazer avançar a agenda política. Só assim damos uma impressão de um país positivo, não de uma nação que está zangada consigo própria.

 

Que fique claro. Quando se perde a credibilidade é praticamente impossível recuperá-la. Essa foi uma das lições que aprendi na minha vida pública internacional. Uma vez perdida, as muitas tentativas que o líder faça, para a tentar recuperar, são meramente patéticas e sem resultados.

 

Ontem, a entrevista do primeiro-ministro, por muito bem que lhe possa ter corrido, fez-me pensar nisto.

 

Como também penso na questão da credibilidade quando vejo François Hollande tentar recuperar a imagem perdida. Parece-me, no seu caso, muito difícil. Mas, mesmo assim, talvez menos do que no caso que temos em Portugal.

 

A conclusão que deve ser tirada de tudo isto é muito clara.

Hollande joga uma carta forte

A França tem esta noite um novo primeiro-ministro: Manuel Valls. De origem espanhola, naturalizado francês, não frequentou nenhuma das grandes escolas, como por exemplo a École Nationale d´Administration (ENA), o que é um facto raríssimo nas altas esferas da política e da administração pública gaulesas. É, pura e simplesmente, um bom político, determinado, capaz de dizer umas verdades desagradáveis, excelente conhecedor das pastas com que tem que lidar. Muito aplicado, sabe que em política é preciso projectar uma imagem de seriedade e de preocupação, de atenção aos problemas do cidadão comum.  

 

A esquerda do Partido Socialista não terá certamente ficado contente. Considera Valls um social-liberal, um Blair à francesa. Ao proceder a esta escolha, Hollande percebeu, no entanto, que é fundamental conquistar o eleitorado do centro e o eleitor de base, que se sente deixado de lado e inseguro, e, por isso, tentado pelo voto ultranacionalista que Marine Le Pen representa.

 

O tempo dirá. Mas, à partida, parece ter sido a decisão mais acertada.

A muito esperada conferência de imprensa

A conferência de imprensa de François Hollande poderia ter sido o acontecimento do dia na UE. Não o foi. Para além das questões pessoais, que continuam a ter um impacto muito negativo sobre o bom senso político do Presidente, e que são uma distração de monta numa altura em que ele deveria estar totalmente concentrado nos inúmeros problemas a que a França tem que fazer frente, pouco ficou. Houve iniciativas a mais, uma série de anúncios de grupos e comissões novas, tudo muito confuso e muito redondo, pouco claro por isso para a maioria dos cidadãos, e bandeiras a menos. Uma ou duas ideias bandeiras teriam feito a diferença.

 

Ficou, no entanto, claro que haverá uma redução das despesas públicas bastante significativa nos próximos três anos, uma intenção de apoiar as empresas e uma maior atenção à parceria com a Alemanha.

 

Veremos.

A Europa e a espionagem americana

Escrevo na Visão de hoje uma crónica sobre a espionagem americana e as reacções europeias. O sentido da minha posição é claro: a EU continua a ir ao baile cada um pelo seu pé. É uma união desunida.

 

Sem contar que não há uma ideia clara de como responder às acções dos americanos.

 

Vejam, por favor, o link:


http://tinyurl.com/lap6wsa

 

Boa leitura.

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