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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Investigações

 

 A investigação sobre os raptos de Birao já levou à detenção de cinco suspeitos e a uma melhor compreensão de qual possa ser o grupo armado com responsabilidades na matéria.

 

Em questões de polícia e de justiça, é preciso andar a bom ritmo.

 

Também foi possível dar exemplos de liderança. Liderar é tomar a iniciativa, seguir uma linha de actuação coerente, não ter medo de assumir riscos, surpreender e determinar a agenda.

 

 

 

 

No seguimento dos raptos de Birao

 

Despachei para Bangui o meu director de gabinete e o o conselheiro político sénior. No seguimento das minhas conversas telefónicas de ontem com o Primeiro-Ministro Toadera, os enviados especiais reuniram-se, esta tarde, com o PM e uma equipa de crise. Estiveram também com a embaixador francês e com as ONGs que operam em Birao. Lancei, entretanto, um apelo para que os reféns sejam libertos sem demoras. São jovens de bem, dedicados e com reconhecido trabalho social de apoio às comunidades de Birao.

 

Entretanto, a notícia dos raptos foi título grande nos meios de comunicação social franceses. O facto de os raptores procurarem vítimas dessa nacionalidade foi o tema central.

 

Enquanto tratava deste assunto, a tripulação do helicóptero que havia sido enviado para Birao, como apoio à procura dos criminosos, teve ontem uma noite muito dramática. Um dos pilotos faleceu, três outros estão em estado grave. Em coma. Beberam um líquido adquirido sabe-se lá onde, mas que tinha um rótulo de uma bebida espirituosa normal.

 

Foi o segundo incidente do género em duas semanas. Com pessoas da mesma nacionalidade. Embora estivesse em Vevey, por outros motivos profissionais, passei uma parte da manhã a falar com Moscovo. Mais tarde, com Nova Iorque e com a minha área de operações. A pedir que as autoridades do país dos pilotos sensibilizem as suas gentes, para que estes casos tão trágicos não voltem a acontecer.

Raptos de trabalhadores humanitários

 

Tivemos, na noite passada, mais dois raptos. Homens armados atacaram as residências de duas ONGs em Birao. Uma operação bem planeada. Levaram dois jovens agentes humanitários, gente que conheço bem, muito dedicada, que estavam há meses na zona do Nordeste da República Centro-africana. Participavam regularmente na distribuição de assistência alimentar, nos projectos de abastecimento de água e de saúde pública, tinham sobrevivido as crises violentas de Junho e Julho.

 

Os raptores só levaram os que tinham nacionalidade francesa. Deixaram para trás três outros estrangeiros.

 

A nossa força militar e os nossos serviços de segurança estão inteiramente mobilizados.

As organizações humanitárias face à insegurança

 

O tema do meu escrito de hoje na revista Visão centra-se nas questões de segurança nas terras hostis do Sahel, incluindo na fronteira com o Darfur.

 

A minha tese é que certas organizações não-governamentais não estão a perceber a natureza dos riscos que existem nessa região. Agem como se a insegurança tivesse motivação política. E falam, a torto e a direito, da neutralidade que é preciso manter.

 

Mas a verdade é que não se trata de conflitos políticos. São actos de banditismo, de criminalidade pura e dura. Ameaças concretas contra as populações e contra os agentes humanitários. As Nações Unidas têm duas grandes operações de segurança na zona, a MINUAD. no Darfur, e a MINURCAT, no Chade e na República Centro-africana. Ambas têm como mandato proteger as organizações humanitárias, os refugiados e deslocados, bem como as populações locais, que são presas fáceis dos homens armados.

 

Ser protegido pela ONU não faz perder a neutralidade nem a independência das organizações. E permite continuar o trabalho de assistência, salvando muitas vidas em perigo.

 

O texto está disponível no sítio da Visão:

 

http://aeiou.visao.pt/preocupacoes-desabafos-e-recados=f537366

 

Muito agradecido fico pela leitura. E por um ou outro comentário que queiram fazer. Não há medo das polémicas, nesta maneira de estar na vida.

 

 

Riscos e responsabilidades

 

Numa longa entrevista a Radio France Internationale, confirmei hoje que existem regiões no Leste do Chade (e no Darfur), que são de alto risco. A minha Missão de Paz está pronta para escoltar as colunas humanitárias que precisem de trabalhar nessas terras. Acrescentei que os humanitários que não queiram ouvir o aviso de perigo e que se aventurem sem protecção armada, põem em risco a vida dos seus agentes.

 

Mais uma vez, é preciso que fique claro a responsabilidade de cada um.

 

A representante do Comité Internacional da Cruz Vermelha fez, entretanto, uma pirueta no vazio da irresponsabilidade, ao afirmar que só não pedia as nossas escoltas porque as suas operações de assistência são junto à fronteira e que nós não temos funções de fronteira. Incorrecto, e é sabido. As nossas patrulhas militares fazem-se também junto à fronteira entre o Chade e o Sudão. Em todos os lugares onde é preciso proteger as organizações humanitárias, os refugiados e as populações em perigo.  A única função que nos está vedada é a de defesa da linha de fronteira.

 

Quando um agente humanitário levar um tiro ou for raptado, que vai o director dessa ONG dizer à família, quando esta lhe perguntar por que razão a coluna ou o agente andavam naquela zona sem escolta da ONU?

 

 

Mais uma complicação

 

Como escrevi no texto desta semana na Visão, Guéréda, no Leste do Chade, e os territórios vizinhos são das zonas mais perigosas nesta parte de África. Muito perto da fronteira com o Darfur, no centro de muitos conflitos étnicos e na origem de muitas rebeliões, os riscos são imensos.

 

Não autorizo o pessoal da ONU a viajar nessas terras sem escolta militar ou de polícia, fortemente armada.

 

Aconselho as ONGs a seguir o mesmo princípio. Certas organizações têm um maneira de trabalhar muito particular, com uma interpretação extrema do que é a sua independência, neutralidade e imparcialidade. Não aceitam as nossas escoltas, por medo de perder a neutralidade.

 

Ontem, foi a vez de uma delegação do Comité Internacional da Cruz Vermelha ser objecto de um ataque armado. O único estrangeiro do CICV, um francês de 37 anos, foi levado pelos bandidos. Como refém.

 

Mais uma crise. Com muita publicidade, que a CV é bem conhecida. Para os bandidos do deserto é, no entanto, mais uma ONG em circulação na zona, mais uma hipótese de ganharem umas coroas.

 

Cruz vermelha ou não, para esses homens das areias é uma oportunidade que não querem deixar passar em branco.

 

Passei a manhã a discutir segurança com a comunidade das ONGs humanitárias. Não desisto. Tomo as minhas responsabilidades. E eles terão que assumir as suas.

 

 

Conspirações

 

As ONG francesas são as que mais criticam a MINURCAT, a missão da ONU na RCA e no Chade, bem junto ao Darfur.  Dizem que a missão, que tem como função fundamental a segurança dos humanitários, não conseguem mobilizar todos os soldados de que que precisa, que os que chegam são fracos -- não são tropas europeias, é verdade...-- e que a insegurança no Leste do Chade é cada vez maior.

 

Tudo para dizer que o trabalho das tropas da UE, no quadro da EUFOR, era bem superior. 60% dessas tropas eram constituídas por contingentes franceses.

 

Agora, não temos praticamente nenhum soldado francês. Critica-se, mas onde está a contribuição gaulesa?

 

Mais uma emboscada

 

Voltámos a ter uma emboscada, na estrada entre Abéché e Guéréda, no Leste do Chade. Este Sábado, pela manhã, homens com armas de guerra atacaram uma coluna de humanitários. Perto do campo de refugiados de Kounoungou, um sítio que alberga 19 mil pessoas que fugiram do Darfur.

 

O delegado do Governo, que sempre lutou ao lado das organizações humanitárias, ia na viatura da frente. Perdeu a vida. O corpo chegou ao fim do dia a N'Djaména, num voo especial do PAM, o Programa Alimentar Mundial.

 

Ontem à noite estive em contacto com a Delegada para o Chade do Comité Internacional da Cruz Vermelha. Discutimos a escalada da violência contra as organizações que operam na zona de fronteira, no Darfur e no Chade. A Cruz Vermelha não aceita escoltas de polícia ou militares. Mas face ao banditismo violento que agora se vive, que remédio...

 

Nas duas próximas semanas, a violência dos gangs criminosos e as relações entre o Chade e o Sudão vão ocupar todo o meu tempo.

 

Não vai haver muito espaço livre. Tenho a certeza que ninguém tem inveja de uma vida assim.

Emboscada

 

A ONG Première Urgence sofreu uma emboscada esta manhã, entre Farchana e Hadjer Hadid, quando se deslocava para um dos campos de refugiados. Eram quatro veículos. Sem escolta, por causa do velho problema da neutralidade das ONGs, numa picada muito perigosa.

 

Um dos funcionários da ONG ficou gravemente ferido. Foi evacuado para o nosso hospital militar de Abéché.

 

Três dos assaltantes foram detidos umas horas mais tarde.

 

Continuo sem perceber a razão que leva certas pessoas a pensar que uma escolta da ONU faz perder a neutralidade e a imparcialidade da organização a que pertencem.

 

Por outro lado, levar uns tiros no meio do deserto pode fazer perder a vida.

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