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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

Vacinar, vacinar, vacinar

O meu texto de ontem voltava a sublinhar a urgência das campanhas de vacinação. E a importância de se utilizarem todas as vacinas disponíveis. É óbvio que não me esqueço das dificuldades que existem em termos de produção de quantidades astronómicas de vacinas, desde a vacina a tudo o resto – frascos, embalagens, sistemas de refrigeração, a logística da distribuição, as seringas, etc. Mas todas as atenções devem estar focadas nisso. Andar a falar de passaportes vacinais quando uma grande parte da população não deverá estar vacinada no início do verão – se continuarmos ao ritmo a que vamos agora – parece-me uma distracção. Uma mais. E uma nova fonte de tensões, de desilusões e de perda de credibilidade.

A Europa e as vacinas russas e chinesas

Os líderes da União Europeia reuniram-se hoje por videoconferência. A principal conclusão que tiro da reunião é que eles compreendem que a campanha de vacinação não está a avançar ao ritmo que deveria. Uma das razões é certamente a falta de vacinas. As farmacêuticas ainda não têm capacidade para produzir vacinas em quantidades que correspondam à procura. Mas há outras questões. E não são apenas relativas ao atraso nas encomendas feitas por Bruxelas. Estão relacionadas com a fraca aceitação da vacina produzida por AstraZeneca – os governos criaram confusão nas cabeças dos europeus sobre a eficácia desta vacina –, bem como com questões políticas. Os europeus deveriam encomendar as versões russas e chinesas. É uma decisão de saúde pública. Não o querem fazer, não querem dar o braço a torcer, o que é um erro. A política não deve ser mais importante do que a vida das pessoas. A Hungria está a aplicar a vacina chinesa, à revelia da política europeia em relação ao assunto. Desta vez, tenho de dar razão a Viktor Orbán.  

Esta seria uma tarefa para o G20

https://www.dn.pt/opiniao/uma-vacina-contra-as-rivalidades-geopoliticas-13366109.html

O link acima abre o meu texto de hoje no Diário de Notícias. 

A mensagem fundamental é que o combate à pandemia deve ser global, incluir todos os que tenham meios para nele participar. Os países do G7, ao tentarem excluir a China e a Rússia de um processo coordenado de vacinação nos países mais pobres, estão a cometer um grande erro. Um erro que tem duas frentes: torna mais lenta e menos eficaz a imunização de todos; e não aproveita uma oportunidade de estabelecer uma plataforma de cooperação com essas duas potências. 

No final, perdem os povos que precisam e perderão os ocidentais,em termos de presença no mundo. A China, em particular, não vai esperar por nós. Irá fazer, sozinha, a sua diplomacia com base em campanhas de vacinação em África e noutras partes do globo. 

Confinadissimos

Vamos continuar confinados por mais e mais semanas. E com duas grandes ameaças: a falta de vacinas, com quantidades muito abaixo do que fora esperado; e o aparecimento de novas estirpes da pandemia, que poderão ser mais contagiosas e resistentes às vacinas disponíveis. A estas ameaças junta-se o impacto negativo de tudo isto sobre a economia. Por muito que se

diga, para menorizar a dimensão desse impacto, a verdade é que a economia está a trabalhar a meio gás. Sectores importantes continuam fechados e sem perspectivas de voltar a abrir nos próximos tempos. Por muita folga que a economia possa ter – que não tem – a realidade é que estamos a construir uma crise.

Na verdade, ninguém sabe ainda quando tempo irá durar este período de excepção. Há quem diga que o último trimestre do ano já será melhor, mais próximo do normal. Esta é uma suposição e nada mais, neste momento.

Entretanto, é fundamental aproveitar todas as vacinas disponíveis. A vacina russa, se se confirmar a sua eficácia, não deve ser excluída. Não há nenhuma outra razão para excluir excepto as razões científicas. A única prioridade é vacinar o maior número de pessoas tão rapidamente quanto possível. Ligada a esta prioridade está a questão da credibilidade de cada uma das vacinas disponíveis. É preciso manter a confiança das pessoas nas vacinas. Não se deve esquecer essa dimensão.

Tempos muito difíceis

Estes são os dias do cerco. As notícias sobre a epidemia – as novas estirpes, os níveis de contágio, a mortalidade, as histórias de muitos sobre as sequelas, as restrições à mobilidade, o impacto sobre a vida das pessoas e a economia, a lentidão na execução dos programas de vacinação, e mais e mais – estão a deixar muitos de nós profundamente alarmados. E cada dia que passa dá a impressão de que a epidemia está cada vez mais próxima do nosso círculo.

A verdade é que as semanas que aí vêm serão muito difíceis. A comunicação social tem um papel fundamental à sua frente. Há que contar a história, mostrar que um comportamento responsável vale a pena e, ao mesmo tempo, procurar manter um clima de serenidade.

A Suíça e Portugal

A minha colega Louisa C., cidadã suíça residente em Montreux, enviou-me uma mensagem este serão. Está contente, porque irá receber a primeira dose da vacina contra a covid a 26 de janeiro. A segunda será administrada 25 dias mais tarde. Tudo sem demoras, claro e certinho.

Louisa não tem qualquer problema de saúde. Tem apenas a mesma idade do que eu. Por isso, está no grupo prioritário.

Perguntava-me duas coisas. À primeira, disse que sim, que aceitarei ser vacinado. À segunda, respondi que não, que não tenho indicação alguma de quando será a minha vez. E mais não disse, pois ela sabe que eu vivo em Portugal.

A passo de caracol, com resignação

Uma das minhas vizinhas contou-me hoje que a sua mãe faleceu na semana passada por causa da pandemia. Faria 79 anos por estes dias. Esteve internada um pouco mais de uma semana no hospital aqui do bairro, o S. Francisco de Xavier. Internada é uma maneira de falar, pois passou mais tempo num dos corredores do que na enfermaria, por razões de sobrelotação.

Vi na maneira de me contar o acontecimento um certo grau de fatalidade. Aconteceu. Foi a covid-19. E pronto, como se morrer tivesse passado a fazer parte dos dias de agora.

A verdade é que os números diários são assustadores. E que a campanha de vacinação não é campanha nenhuma. 82 mil vacinados até agora faz pensar num ritmo de caracol. Como se isso não fosse a tarefa mais urgente que o serviço público deveria ter pela frente.

Os próprios candidatos à presidência passam ao lado desta urgência. Parecem não ter entendido que o nosso mundo mudou.

Uma campanha que não o é

Uma campanha de interesse nacional exige uma mobilização excepcional de meios. As razões são fáceis de entender: por ser vital para a protecção da saúde e a salvaguarda da vida dos cidadãos e por ser essencial para a restauração das actividades económicas.

Assim deveria ser com a campanha de vacinação contra a covid que agora deu o primeiro passo.

Mas aparentemente não está a ser tratada coma prioridade que deveria ter. Não vemos, como acontece noutros países da União Europeia, nenhuma logística especial a ser erguida. A decisão de pôr os centros de saúde no centro da campanha não inspira confiança alguma. Alguns desses centros pouco mais são do que vãos de escada, sem condições, sobrelotados, com funcionários que não têm mãos a medir, mesmo quando se trata de um funcionamento de rotina.

Pessoas de idade avançada, com mais de 75 anos, ao fazerem a simulação de quando poderá chegar a sua vez, receberam como resposta que serão vacinadas a partir de abril… Ou seja, um dia, no futuro longínquo, já depois do inverno e se tiverem sorte, que o vírus anda por aí aos pulos.

Acho surpreendente que os candidatos à eleição presidencial não façam cavalo de batalha deste tema. Há aqui, por parte do governo, uma muito séria falta de sentido de urgência. Um candidato presidencial não pode ignorar essa falha.

 

Natal em Agosto

Nesta altura de coronavírus intenso, os serviços tomam todos os cuidados para evitar que o presidente seja contagiado. Mas foi. Emmanuel Macron apanhou o vírus, apesar de todas as precauções. A lição que se tira é simples: a pouco mais de uma semana do Natal, estamos num pico de contágios. É preciso muito cuidado. Este Natal não pode ser mais do que um dia como os outros, sem reuniões de família, sem celebrações de grupo. Espero que a mensagem seja bem compreendida por todos. Se assim for, pode-se marcar um natal alternativo para agosto do próximo ano.

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