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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

Vacinar, vacinar, vacinar

O meu texto de ontem voltava a sublinhar a urgência das campanhas de vacinação. E a importância de se utilizarem todas as vacinas disponíveis. É óbvio que não me esqueço das dificuldades que existem em termos de produção de quantidades astronómicas de vacinas, desde a vacina a tudo o resto – frascos, embalagens, sistemas de refrigeração, a logística da distribuição, as seringas, etc. Mas todas as atenções devem estar focadas nisso. Andar a falar de passaportes vacinais quando uma grande parte da população não deverá estar vacinada no início do verão – se continuarmos ao ritmo a que vamos agora – parece-me uma distracção. Uma mais. E uma nova fonte de tensões, de desilusões e de perda de credibilidade.

Desafinados demora mais tempo

https://www.dn.pt/opiniao/uma-primavera-europeia-com-mais-pujanca-13418822.html

Link para o meu texto de hoje no Diário de Notícias.

Cito, de seguida, o último parágrafo do texto.

"O resto da UE pesa pouco na definição da linha futura. Assim, é essencial ter em Bruxelas uma liderança comunitária forte. Essa é uma das lições que se deve tirar da presente barafunda – precisamos de líderes sólidos nos principais países da União e de políticos de primeiro plano nas instituições europeias. A prática de mandar para Bruxelas personalidades de segunda linha não serve. Na crise atual e perante a dimensão dos desafios dos próximos anos, há que pensar numa remodelação profunda da presente Comissão e num reforço dos seus poderes. Algo difícil, mas que deve ser encarado sem demoras e com a necessária sensibilidade."

Cuidado com os populistas

O ritmo de vacinação dos cidadãos é uma questão altamente política. Vai directamente ao centro de duas questões particularmente importantes: a da preservação da vida de cada um e a ética. As demoras, a má organização, a politização de certas vacinas, por virem da China ou da Rússia, ou de outro sítio qualquer, a falta de diálogo com esses países, para que o processo de aprovação das suas vacinas possa começar ao nível da Agência Europeia do Medicamento, a confusão que certos governantes europeus criaram à volta da AstraZeneca, tudo isso tem um impacto imediato e directo sobre a vida das pessoas, o seu confinamento prolongado, o contágio e, infelizmente para muitos, a perda de vida. A questão é de tal maneira multidimensional no seu impacto, incluindo na economia e nas relações sociais, que não poderá haver nenhuma outra matéria que deva merecer mais atenção, por parte das autoridades políticas, nacionais e europeias. A imagem que sobressai é que essa prioridade absoluta não está a ser reconhecida. E que as lideranças não conseguem sair do quadro rotineiro a que estão habituadas.

Por outro lado, as reportagens de líderes a serem vacinados antes da grande maioria dos mais frágeis também levantam interrogações políticas e de ética. Têm de se explicar melhor a razão que leva os políticos a passar à frente, a furar a fila de espera. Caso contrário, fica a impressão amarga de que, uma vez mais, a política é exercida para benefício pessoal.

Admira-me que os populistas que por aí andam não tenham ainda tentado tirar proveito destas falhas. Temos aqui temáticas que poderão facilmente ser exploradas politicamente. E, com jeito, dariam lume para muita agitação social.

A Europa e as vacinas russas e chinesas

Os líderes da União Europeia reuniram-se hoje por videoconferência. A principal conclusão que tiro da reunião é que eles compreendem que a campanha de vacinação não está a avançar ao ritmo que deveria. Uma das razões é certamente a falta de vacinas. As farmacêuticas ainda não têm capacidade para produzir vacinas em quantidades que correspondam à procura. Mas há outras questões. E não são apenas relativas ao atraso nas encomendas feitas por Bruxelas. Estão relacionadas com a fraca aceitação da vacina produzida por AstraZeneca – os governos criaram confusão nas cabeças dos europeus sobre a eficácia desta vacina –, bem como com questões políticas. Os europeus deveriam encomendar as versões russas e chinesas. É uma decisão de saúde pública. Não o querem fazer, não querem dar o braço a torcer, o que é um erro. A política não deve ser mais importante do que a vida das pessoas. A Hungria está a aplicar a vacina chinesa, à revelia da política europeia em relação ao assunto. Desta vez, tenho de dar razão a Viktor Orbán.  

Esta seria uma tarefa para o G20

https://www.dn.pt/opiniao/uma-vacina-contra-as-rivalidades-geopoliticas-13366109.html

O link acima abre o meu texto de hoje no Diário de Notícias. 

A mensagem fundamental é que o combate à pandemia deve ser global, incluir todos os que tenham meios para nele participar. Os países do G7, ao tentarem excluir a China e a Rússia de um processo coordenado de vacinação nos países mais pobres, estão a cometer um grande erro. Um erro que tem duas frentes: torna mais lenta e menos eficaz a imunização de todos; e não aproveita uma oportunidade de estabelecer uma plataforma de cooperação com essas duas potências. 

No final, perdem os povos que precisam e perderão os ocidentais,em termos de presença no mundo. A China, em particular, não vai esperar por nós. Irá fazer, sozinha, a sua diplomacia com base em campanhas de vacinação em África e noutras partes do globo. 

O horizonte está enevoado

Vamos continuar confinados mais um mês e tal. Ou seja, quando houver algum pequeno alívio, o primeiro trimestre do ano estará a terminar. Entretanto, já nos estão a avisar que o programa de vacinação irá demorar, sofrer atrasos. Dizem-nos que talvez só lá para finais do ano estaremos vacinados em número suficiente. O problema é que haverá, muito provavelmente, que iniciar então uma nova ronda de vacinação. Uma boa parte da população dos países de baixos rendimentos não deverá estar protegida. Aí poderão surgir novas variantes do coronavírus. Se assim acontecer, a dita luz no fundo do túnel será apenas uma miragem. Estaremos nisto por uns largos tempos, dir-se-ia. É bom ser optimista, verdade. Mas ter ilusões não é prova de optimismo.

Longe e perto, confusões

https://www.dn.pt/opiniao/suu-kyi-e-a-nossa-ursula-13316077.html

Este é o link para o meu texto desta semana (de hoje) no Diário de Notícias.

Faço uma digressão por Myanmar para chegar à União Europeia e mostrar a minha preocupação com a confusão que instalou, um pouco por toda a parte, pelo facto das campanhas de vacinação estarem a progredir a passo de caracol. Ou de camaleão, já que se trata de política. 

Olhar para fevereiro com espírito combativo

Janeiro está a acabar. Foi um mês de grandes dificuldades, quer internas quer na cena internacional. Um período que nos rodeou de experiências que considerávamos passadas, de outros tempos. Más experiências. Mas também nos trouxe alguns desenvolvimentos positivos. Penso, de imediato, nos progressos conseguidos na área das vacinas – aqui a grande questão que temos pela frente é a logística, que tem de ver com a produção, distribuição e aplicação da vacina. Na tomada de posse de Joe Biden. Na lição democrática que foi a eleição presidencial no nosso país. Na luta pela democracia na Rússia.

Lembro isto porque creio que é fundamental não perder a esperança de vista.

O mês de fevereiro vai certamente ser um tempo de imensas incertezas. Mas há que olhar em frente com prudência e optimismo. E não entrar em discussões estéreis. Nem deixar que os especialistas das teorias da conspiração definam a agenda.

É também o momento de pensar em grandes mobilizações nacionais. Não podemos enfrentar os problemas se continuarmos fragmentados e com cada um a atacar o grupo da porta ao lado. O sentido de comunidade é hoje mais necessário do que nunca. Cabe aos líderes trabalhar nessa direcção, procurar focalizar os esforços colectivos no que é verdadeiramente importante.

Alguns miúdos ainda andam por aí a falar do que nos divide, dos bons e dos maus que vivem entre nós, do nosso campo contra o deles, e assim sucessivamente. Perante isso, dizia esta manhã que quem pensa na política à moda dos arruaceiros acaba por ter os votos dos primários e dos radicais de toda a raiva. Acaba, também, por muitas intenções boas que tenha, por acrescentar mais confusão à confusão existente. Ora, isso não é aceitável. Este não é período para novas e continuadas confusões. É, sim, um período de construção de uma frente comum, que nos permita avançar à medida que os dias e as semanas passem.

 

Os tempos da conversa corrente

Os comentadores nacionais continuam a mastigar os resultados da eleição presidencial e a falar de uma possível crise política. Acho que é conversa para encher o tempo, para esquecer o confinamento, para justificar a presença nos media, para não entrar a sério na questão principal que diz respeito às taxas de morbilidade e mortalidade elevadas e a toda a confusão à volta das vacinas. Somos muito hábeis quando se trata de intriga política e muito maus quando se deve definir as prioridades e torná-las operacionais.

Um terramoto político no horizonte

A campanha de vacinação vai ser um cavalo de batalha política de primeira ordem. Certos governos e a própria Comissão Europeia serão acusados de não dar a prioridade necessária ao assunto e de incompetência. Estas bandeiras serão aproveitadas pelas oposições. E como são matérias muito sensíveis, questões de vida ou de morte, não deverá ser muito difícil mobilizar a opinião pública.

Veremos. Mas creio ser um assunto sobre o qual se terá muito para dizer. Para já, nota-se que a confusão já começou e que as campanhas de vacinação andam a passo de caracol, com uma ou duas excepções.

As semanas e os meses que temos pela frente podem ser um virar de página muito marcante. O panorama político poderá ser alterado muito substancialmente.  

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