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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Conspirações e mentes distorcidas

A cegueira partidária manifesta-se frequentemente. A seguir às autárquicas, houve quem dissesse “o meu partido perdeu votos, mas está cada vez mais forte”. Agora, que o ministro da Defesa parece ter metido os pés e pelas mãos, e depois do responsável pela associação de oficiais no activo ter dito que Cravinho é arrogante e não ouve ninguém, apareceu gente a dizer que a embrulhada foi uma conspiração do pessoal da Armada para embaraçar o governo e criar divisões entre António Costa e o Presidente da República. A querela pública entre o ministro das infraestruturas e o das finanças também deve ser uma conspiração. Só que não se percebe quem poderá ser o autor, a não ser que seja o António Costa para atrapalhar o primeiro-ministro. Tudo é possível, sobretudo nas mentes inventivas dos teóricos das conspirações.

Um governo que mete água com a Marinha

A situação à volta do Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) parece ser uma grande embrulhada. Ao ouvir as declarações do Presidente da República fica claro que o governo meteu os pés pelas mãos. Cometeu o erro de anunciar a demissão do CEMA, a quem havia renovado o mandato em fevereiro por um período de dois anos, sem haver consultado o Presidente e sem ter em consideração que a maneira brusca e pouco elegante de demitir um chefe militar de alto nível iria agitar as tropas. Temos aqui muito amadorismo, muita falta de tacto e uma grande arrogância política. E sobretudo, uma enorme falta de respeito pelas tradições e o prestígio dos comandos militares.

Agora, o Primeiro-ministro pede para ver o Presidente ainda este serão. Um pedido desse género é revelador de uma crise profunda.

Há aqui uma responsabilidade política pelo erro que será preciso assumir. Quem vai pagar o custo político?

As autárquicas são o que são

As eleições autárquicas têm uma dinâmica própria. Dependem de vários factores locais, das personalidades dos candidatos e da imagem que projectam em termos de eficiência. Essas são dimensões importantes, pelo menos tão relevantes como a identificação partidária. Nalguns casos, são mesmo mais determinantes. Por isso as pessoas votam por Santana Lopes, Isaltino Morais, Fernando Ruas, Rui Moreira e tantos outros.

Lisboa é, no entanto, um caso diferente. Trata-se do município mais visível. A eleição ganha facilmente um significado que extravasa a dimensão local. Foi o que agora aconteceu. O presidente cessante está muito identificado com o primeiro-ministro, António Costa. Por isso, houve quem votasse contra a renovação do seu mandato para mostrar desagrado em relação ao primeiro-ministro. Ou para garantir um certo equilíbrio de poderes, numa visão que preferiria ver como presidente da capital alguém da oposição, para que não fosse tudo da mesma panela.

Mas essa é apenas uma parte da verdade.

De qualquer modo, o resultado da eleição em Lisboa é difícil de ler. Trata-se certamente de uma grande surpresa. Dizer que Lisboa é terra de ricos e por isso vota como votou, é uma maneira simplória de apresentar a coisa. Seria mais fácil falar da personalidade dos dois candidatos, que são na realidade diferentes e contrastantes.

Agora o que interessa é que os eleitos, provenientes de vários partidos, possam trabalhar em conjunto, de modo construtivo. É aí que se verá a maturidade de cada um. A cidade tem imensos problemas, alguns próprios, outros semelhantes ao que acontece actualmente nas grandes urbes. Perante isso, só posso desejar que os eleitos se mostrem à altura. Tentar bloquear o novo presidente, ou uma parte da equipa, acabaria por prejudicar os habitantes de Lisboa. Espero que isso não aconteça.

 

 

 

Sol e sombra na política portuguesa

Uma nota positiva e outra negativa.

A positiva vai para o empenho que o primeiro-ministro António Costa mostrou na condução dos assuntos europeus, ao longo do semestre que ontem terminou. A presidência portuguesa do Conselho Europeu mostrou iniciativa, trabalho e resultados. Foi um período difícil, com picos de pandemia e um acentuar das tendências ultranacionalistas de alguns estados-membros. Mas António Costa, Augusto Santos Silva e o embaixador em Bruxelas junto da União Europeia, Nuno Brito, fizeram um bom trabalho.

A nota negativa é sobre o que se passa à volta do ministro Eduardo Cabrita. Costa sabe perfeitamente que essa personalidade é um desastre e que está a roubar credibilidade ao governo, em especial ao próprio primeiro-ministro. Cabrita devia ter assumido as responsabilidades do acidente na A6, ou seja, pedir que fosse feito um inquérito independente ao acontecido. Não o fez e ainda andou a meter os pés pelas mãos. A reacção do primeiro-ministro deveria ter sido aconselhar Cabrita a sair do governo pelo seu pé. O facto de não o ter feito, mostra um primeiro-ministro que pensa estar de pedra e cal no poder e que, por isso, não precisa de ter em conta o sentimento popular e as regras básicas de uma governação responsável. É uma atitude negativa.

Um pântano perigoso

O acidente que ocorreu na A6, com o carro oficial do ministro, não é assunto arrumado. Tem de ser tratado pelo chefe do governo de modo responsável. Não há nada a esperar do ministro. Mas do seu superior, sim. Não pode ignorar as dimensões humanas e políticas do que aconteceu. A família da vítima precisa de apoio. E do ponto de vista político, a inacção governativa acabará por ter um custo. O primeiro-ministro deve entender isso, imagino. Mas tem de agir, de aparecer.

O mesmo se deve dizer do Presidente da República. Essa personalidade tem apostado imenso na dimensão popular e humanista de sua função. Não pode agora ficar calado, para proteger um ministro que não vale grande coisa. Ou, para poupar um primeiro-ministro que tarda e que encobre os seus fiéis servidores. O PR tem de mostrar que não tem medo de uma situação como esta. E que não anda a disfarçar, para que não haja a confrontação que a muitos parece inevitável.

Estamos numa espécie de pântano político. Este sim, perigoso, capaz de fazer surgir um ou outro monstro político, que saiba aproveitar-se das águas turvas.

O egoísmo nacional

Primeiro, foram os britânicos. Agora, são os espanhóis, o governo socialista de Pedro Sánchez, que nos fecham as fronteiras, sem qualquer tipo de diálogo, sem aviso prévio. De ontem para hoje, passou a ser necessário provar que se completou o processo de vacinação ou mostrar um teste negativo, para poder atravessar as fronteiras terrestres. O documento deve estar escrito em espanhol, ou inglês, francês ou alemão. Em português não serve. A não-apresentação dessa prova acarretará uma multa de 3 000 euros, se a falta for considerada ligeira e sem más-intenções. Caso contrário, vai por aí acima, podendo chegar aos 600 mil. Sim, 600 mil euros de multa.

Tudo isto foi decidido durante o fim-de-semana em Madrid. Lisboa foi ignorada e a Comissão Europeia, que está a preparar um passaporte digital para todo o espaço Schengen – deverá entrar em vigor a 1 de julho – também não foi tida em conta.

Na realidade, quer os britânicos quer os espanhóis estão a tentar impedir os seus cidadãos de ir de férias ao estrangeiro. É uma espécie de salve-se quem puder.

Tudo isto são más notícias para Portugal e para a União Europeia.  

A cena política é favorável aos oportunistas

Dizem os politólogos mais em voga na nossa praça que o caso Sócrates não afecta, ao nível da opinião pública, nem o partido de que foi secretário-geral nem o actual patrão do mesmo partido, o Primeiro-Ministro António Costa. Ao ver os resultados das sondagens, até parece que têm razão.

Talvez afecte, isso sim, o principal partido da oposição e todos os outros aparentados a esse. Primeiro, porque não consegue tirar vantagem de uma mancha que poderia servir como grande tema de ataque, até porque Costa e outros no poder estiveram subordinados a Sócrates, conheciam-lhe os pontos negativos e fecharam os olhos, por uma questão de oportunismo e de carreirismo. Segundo, porque ao não pegarem no assunto dão azo a que se confirme que também eles têm telhados de vidro. Por isso, calam a boca e chutam para fora.

Na realidade, há mais corrupção na nossa política do que aquilo que se pensa. Não se fala da matéria, pois haveria muita roupa suja para lavar. Certos compadres ajudam a que o assunto não apareça nas páginas públicas.

E quanto mais se sabe mais nos apercebemos que a política actual atrai sobretudo quem vê nisso uma oportunidade de subida na vida sem grande esforço, além do saber dizer que sim.

Os compadres e as suas debilidades

O senhor engenheiro está muito ofendido com o dirigente do Partido Socialista. E di-lo com a brutalidade verbal que lhe conhecemos. Imagino que o “mandante” do PS também esteja muito zangado com o senhor engenheiro. A associação deste com o PS cria um ponto fraco e uma mancha que nenhum estadista gosta de ver atribuídos à sua agremiação política. A oposição poderia facilmente explorar essas debilidades e passa a chamar ao PS o P. do S.

Breves apontamentos sobre a sondagem de hoje

Na sondagem política que o Diário de Notícias publica hoje destaco três aspectos.

Primeiro, que Rui Rio, o dirigente do PSD, não consegue sair da cepa torta, nem mesmo quando António Costa perde pontos de popularidade. Falta a Rio a chama que um líder político precisa de ter. Isto quer dizer que não consegue projectar uma imagem clara do que significaria votar por ele.

Não terá, lá nas fileiras do seu partido, quem o posso aconselhar em termos de percepção pública? Ou é o homem que não ouve ninguém?

Segundo, o CDS/PP aparece como uma força irrelevante. Com 0,8% das intenções de voto, não acrescenta nada à direita e ao movimento conservador. Fazer acordos políticos com essa insignificância é puro teatro sem consequências, é parvoíce política.

Terceiro, o partido Chega parece ter chegado ao limite das suas forças. Os dados mostram que não tem sabido aproveitar a dinâmica criada pela disputa eleitoral presidência. Consegue, apenas, mobilizar os eleitores mais radicalizados dentro do espectro ultraconservador e numa lógica de saco de gatos enfurecidos, que se arranham uns aos outros.

Uma cimeira para fingir que sim

O Primeiro-Ministro fez hoje uma intervenção, por videoconferência, na cimeira dos cinco países do Sahel que procuram, juntos, responder aos problemas do terrorismo e da violência na região. Falou porque Portugal ocupa a presidência rotativa da União Europeia. Foi uma comunicação breve, de pouco mais de sete minutos, diplomaticamente acertada. Foi uma oportunidade de pôr em evidência o interesse que Portugal tem pela região.

O problema é que estas cimeiras públicas não vão direitas aos problemas. Mesmo quando se faz referência às questões de contexto, que estão na base destas crises, a referência é feita de passagem, sem as interrogações que deveriam provocar um debate a sério. Cada discurso é apenas isso, um discurso, e depois cada um vai à sua vida e tudo continua na mesma. Ou seja, no caso do Sahel, muito mal, quer para os que sofrem os ataques quer ainda para os seis milhões de pessoas que foram empurradas para a pobreza e os dois milhões de deslocados, tudo por causa da insegurança, da falta de respeito pelos direitos humanos e pela indiferença que os líderes manifestam em relação aos cidadãos mais fracos.

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