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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Atacar a oposição sem limites nem fronteiras

https://www.dn.pt/opiniao/lukashenko-em-voo-picado-13775380.html

Este é o link que permite ler o meu texto de hoje no Diário de Notícias. E que abre a polémica...

Cito, de seguida, o primeiro parágrafo desse texto. 

"Para alguns Estados, a repressão dos dissidentes não conhece nem limites nem fronteiras. Vale tudo, quando alguém é considerado inimigo do regime. Mesmo quando vive no estrangeiro, convencido que está mais seguro. Pode, todavia, não estar, se for considerado pelos criminosos que controlam o poder no seu país de origem como um alvo a abater. Certas ditaduras têm um braço repressivo muito longo. Não têm pejo de agir em terra alheia e de praticar assassinatos, raptos, ou proceder a acusações frívolas ou sem fundamento, de modo a forçar a Interpol a emitir avisos internacionais de captura e repatriamento. Noutros casos, intimidam brutalmente os membros da família que ficaram no país, com o objetivo de calar o opositor que se encontra noutras latitudes."

Ando muito confuso

Alexander Lukashenko, o ditador da Bielorrússia, fez hoje uma série de declarações públicas sobre o acto de pirataria aérea que cometeu no domingo. Claro que, para ele, foi um acto justificado. Só que a justificação que apresenta é uma mentira. Para além disso, mostrou-se furioso em relação à União Europeia. Revelou, assim, que as medidas adoptadas contra ele e o seu regime o preocupam. Espero que continue preocupado.

Por cá, os dias também têm a sua dose de confusão. O Congresso do MEL – Movimento Europa e Liberdade – deu uma valente contribuição ao turvar das águas políticas. Uns, foram lá com o objectivo de reabilitar o Estado Novo. Chegaram, mesmo, a fazer o elogio de Salazar. Outros, foram lá por vaidade pessoal. Não podem dizer que não quando lhe prometem um palco. E depois, apareceu o Rui Rio, a dizer que ele e o seu PSD não são das Direitas.

Fiquei a pensar que a pandemia e o confinamento têm como efeito secundário uma certa divagação política.

Um regime criminoso chefiado por Lukashenko

O regime de Alexander Lukashenko é um governo dirigido por um criminoso e administrado pela clique que ainda não saiu da mentalidade soviética. Ontem, Lukashenko deu mais um passo na direcção do abismo, ao organizar uma operação de pirataria aérea contra um voo civil, que viajava entre duas capitais da União Europeia. Foi um passo de gigante, um acto de terrorismo de Estado, inadmissível.

A resposta dos líderes da UE tem de ser tão forte e clara quanto possível. Uma reacção fraca e confusa seria um tiro nos pés, para os europeus, e um incentivo para praticar mais crimes, por parte de Lukashenko. E já começou, este serão, com a proibição de voos para a Europa da companhia oficial da Bielorrússia, e com a interdição, para as companhias aéreas da UE de sobrevoar o espaço desse país.

Mas é preciso mais e sem demoras. Devem ser adoptadas medidas políticas, diplomáticas e económicas. E a companhia aérea visada deve introduzir uma queixa formal, num tribunal europeu – em Vilnius, por exemplo – contra Lukashenko e o chefe das operações de controlo aéreo da Bielorrússia. É fundamental que eles saibam que são considerados suspeitos de crimes contra a segurança de um avião civil e de desvio – hijacking – de uma aeronave.

O criminoso que manda na Bielorrússia desafiou os líderes europeus. Estes têm de saber responder ao desafio.

 

Prémio Sakharov 2020

O Prémio Sakharov para a Liberdade de pensamento foi hoje atribuído pelo Parlamento Europeu à oposição bielorrussa. Apoio a decisão. A população bielorrussa tem sido de uma coragem e de um civismo exemplar na sua campanha contra o ditador Alexander Lukashenko.

E agora uma nota lateral sobre o assunto: a imprensa portuguesa de referência deixou passar o assunto esta tarde, nas suas páginas digitais. Apenas o Expresso e, em menor medida, o Público deram alguma atenção à atribuição do prémio.

A leitura das imagens políticas

Os analistas políticos passam muito tempo a estudar as imagens que as reuniões de líderes produzem. Sobretudo quando se trata de um tête-à-tête, como hoje aconteceu em Sochi entre Vladimir Putin e Alexander Lukashenko. A análise dessas fotos diz muito, a quem sabe destas coisas, sobre o estado de espírito dos protagonistas. As da reunião de hoje mostraram que o dirigente russo teve pouca paciência para as longas conversas de Lukashenko. A agitação das pernas e as expressões do rosto revelaram essa impaciência. Dir-se-ia que considera o bielorrusso como um perdedor, que mais tarde ou mais cedo terá que ser substituído.

A minha experiência de contactos com ditadores ensinou-me que não gostam de líderes que deixam escapar o poder. As ruas de Minsk mostram isso mesmo. Lukashenko perdeu o controlo da rua. Como também perdeu o controlo da propaganda, algo que um político arguto como Putin considera um erro muito sério.  

O poder da cidadania

Uma vez mais, numa longa lista de vezes desde a falcatrua eleitoral de inícios de agosto, o povo bielorrusso esteve na rua, para pedir a demissão de Alexander Lukashenko. A mobilização popular na capital foi impressionante, quer pela multidão que reuniu quer ainda pela participação em massa de de mulheres e homens jovens. As imagens do dia destroem qualquer teoria conspiratória que queira apresentar estas manifestações cidadãs como o resultado de manobras exteriores, organizadas por poderes ocidentais. A oposição ao ditador é genuína e generalizada. Creio que, mais tarde ou mais cedo, os que ainda o apoiam nos serviços de segurança e na administração pública acabarão por compreender que Lukashenko é um homem do passado. O povo quer um futuro diferente.  

Lukashenko e os nossos tolos

O que se passa na Bielorrússia é uma revolta popular contra um ditador que pensa segundo padrões que já não fazem sentido. É um movimento interno, uma explosão democrática de quem está farto de ser humilhado e oprimido, uma afirmação política nacional sem padrinhos externos. Todos os vizinhos do país, incluindo os russos, sabem que assim é. E por isso, tem havido uma certa contenção, quer ao nível europeu quer no Kremlin. O país tem uma importância estratégica evidente, para ambos os lados, Europa e Rússia. Faz parte de um equilíbrio precário. Mas o equilíbrio não impede que se reconheça o direito dos cidadãos da Bielorrússia à liberdade, que começa pela organização de eleições honestas.

Alguns saudosistas vêem Alexander Lukashenko como se fosse o último representante dos tempos soviéticos. É verdade que foi educado nesse quadro político. Mas Lukashenko é apenas um ditador, que se socorre do que pode e do que sabe, para se manter no poder. A sua ambição política é apenas essa.

O dilema russo

A única saída da crise na Bielorrússia passa pela saída de cena de Alexander Lukashenko. Os cidadãos sabem que assim é. E o vizinho Vladimir Putin também o sabe. E saberá mais. O interesse da Rússia já não é o de ajudar Lukashenko a manter-se no poder. É, isso sim, contribuir para a sua substituição por um líder que seja simultaneamente aceite pela população bielorrussa e por Moscovo. Não é impossível. Mas tem um preço, no caso de Putin: o de mostrar aos russos que a rua pode fazer cair um ditador. Tudo tem um custo.

O ditador acaba por não ver que o fim chegou

Alexander Lukashenko andou na escola política dos soviets. Por isso, acredita que uma vez chegado ao poder seria um erro largá-lo. Assim o pratica há 26 anos. E isso impede-o de ver que a população do seu país, a Bielorrússia, quer que ele desapareça da cena política. As eleições deverão ter expresso isso. Só que ele manipulou e baralhou os resultados, de modo a que a falsificação o mantivesse no poder. Os cidadãos estão nas ruas. Apesar da violência da polícia. Nós, neste lado da Europa, devemos dizer a Lukashenko que o tempo dos ditadores à moda soviética já acabou há muitos anos. Mesmo que a União Europeia não tenha a coragem de o declarar abertamente, a opinião pública deve ser clara: estamos com o povo da Bielorrússia e condenamos todas as falcatruas eleitorais e toda a violência contra as pessoas.

Creio que a contagem decrescente para Alexander Lukashenko já começou. E que poderá ser acelerada nos próximos tempos.

 

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