Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

Um governo que mete água com a Marinha

A situação à volta do Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) parece ser uma grande embrulhada. Ao ouvir as declarações do Presidente da República fica claro que o governo meteu os pés pelas mãos. Cometeu o erro de anunciar a demissão do CEMA, a quem havia renovado o mandato em fevereiro por um período de dois anos, sem haver consultado o Presidente e sem ter em consideração que a maneira brusca e pouco elegante de demitir um chefe militar de alto nível iria agitar as tropas. Temos aqui muito amadorismo, muita falta de tacto e uma grande arrogância política. E sobretudo, uma enorme falta de respeito pelas tradições e o prestígio dos comandos militares.

Agora, o Primeiro-ministro pede para ver o Presidente ainda este serão. Um pedido desse género é revelador de uma crise profunda.

Há aqui uma responsabilidade política pelo erro que será preciso assumir. Quem vai pagar o custo político?

A cena internacional está cada vez mais complicada

A cena estratégica internacional está a mudar a grande velocidade. Começa a ser difícil acompanhar as mudanças, quando não se tem uma equipa de apoio. Os observadores a título individual, como é o meu caso, precisariam de trabalhar 24 horas por dia.

Hoje, por exemplo, aconteceram duas situações que são estruturalmente importantes.

Primeiro, foi o anúncio do acordo de defesa entre os EUA, o Reino Unido e Austrália, a que chamam AUKUS, sem qualquer consulta prévia com os aliados europeus e acompanhado, para cúmulo, da anulação de um contracto que a Austrália fizera com a França. Esse contracto, da ordem dos 56 mil milhões de euros, dizia respeito ao fornecimento de uma dúzia de submarinos de propulsão convencional, que a Austrália encomendara à França. A Austrália assinou agora uma nova encomenda com os EUA, para o mesmo número de submarinos, mas de propulsão nuclear.

Segundo, temos o Parlamento Europeu a aprovar uma resolução claramente hostil a Vladimir Putin. Essa resolução pede à Comissão Europeia que tome um determinado número de medidas retaliatórias e de sanções contra o grupo no poder em Moscovo. A resolução leva o conflito com a Rússia para um patamar mais elevado de tensão. Mesmo que não leve a um qualquer resultado prático, dá ao Kremlin a oportunidade de tirar dividendos desta manifesta hostilidade. A relação com a Rússia deve ser firme, estou de acordo, mas não pode fechar as portas do diálogo. Tem de ser construída com pilares positivos. As sanções e outras medidas devem sempre deixar uma possibilidade de se encontrar uma solução.

Nós, os americanos e o Afeganistão

https://www.dn.pt/opiniao/afeganistao-tantos-sacrificios-para-que-13918806.html

Acima partilho o link do meu texto de hoje no Diário de Notícias. 

E agradeço desde já a todos os que me enviaram comentários sobre esta análise, bem como aos que a partilharam com outros possíveis leitores. 

Como é habitual, cito de seguida um parágrafo do meu texto.

"Para Washington, o Afeganistão passou a ser visto como uma guerra sem fim e como uma distração em relação ao novo foco agora bem mais importante: a China. E vê a rivalidade entre as duas superpotências como resolvida na região onde se insere o Afeganistão. Por issso, não quer perder mais tempo e recursos nesse espaço geopolítico onde a China já conta com a subordinação dos dois países que mais importam: o Paquistão e o Irão. O corredor económico China-Paquistão, que termina no porto paquistanês de Gwadar, no Mar da Arábia, é talvez o projeto mais relevante da Nova Rota da Seda. Aos olhos de Beijing, está garantido. Por outro lado, o Irão assinou um acordo económico de longo prazo com a China em março de 2021. Os investimentos chineses deverão atingir os 400 mil milhões de dólares nos próximos anos. É a passagem do Irão para a órbita da China. No meio, restará o Afeganistão do caos e do radicalismo, mas sem capacidade para prejudicar os interesses chineses na região. Os talibãs dependem desses dois vizinhos, sobretudo do Paquistão, e não deverão agir contra os seus interesses."

O Bojador

Hoje, o novo navio da GNR, o Bojador, que tanta polémica tem levantado, andou a praticar navegação durante horas. Ora saía, ora entrava na Docapesca, depois viajava em direcção ao Mar da Palha e voltava de seguida para trás. Foram várias horas de manobras, claramente a aprender a mexer na máquina.

Publiquei as fotos no FB. Sem comentários.

 

Evitar um conflito aberto entre os Estados Unidos e a China

https://www.dn.pt/opiniao/mudar-de-rota-para-evitar-a-colisao-13445950.html

Este é o link para o meu texto de hoje no Diário de Notícias. 

"Realiza-se hoje a primeira cimeira do Quad, uma nova plataforma de consulta estratégica entre os Estados Unidos, a Austrália, a Índia e o Japão. Quad resulta da abreviatura de quadrilateral."

Assim começa este meu escrito. 

 

Uma cimeira para fingir que sim

O Primeiro-Ministro fez hoje uma intervenção, por videoconferência, na cimeira dos cinco países do Sahel que procuram, juntos, responder aos problemas do terrorismo e da violência na região. Falou porque Portugal ocupa a presidência rotativa da União Europeia. Foi uma comunicação breve, de pouco mais de sete minutos, diplomaticamente acertada. Foi uma oportunidade de pôr em evidência o interesse que Portugal tem pela região.

O problema é que estas cimeiras públicas não vão direitas aos problemas. Mesmo quando se faz referência às questões de contexto, que estão na base destas crises, a referência é feita de passagem, sem as interrogações que deveriam provocar um debate a sério. Cada discurso é apenas isso, um discurso, e depois cada um vai à sua vida e tudo continua na mesma. Ou seja, no caso do Sahel, muito mal, quer para os que sofrem os ataques quer ainda para os seis milhões de pessoas que foram empurradas para a pobreza e os dois milhões de deslocados, tudo por causa da insegurança, da falta de respeito pelos direitos humanos e pela indiferença que os líderes manifestam em relação aos cidadãos mais fracos.

As lanchas e os políticos a boiar

As “lanchas da GNR”, como os jornais lhes chamam, têm provocado muita polémica nestes últimos dias. O Diário de Notícias tem procurado tratar o assunto de maneira equilibrada. Não é fácil. É um tema que levanta grandes emoções, de um lado e do outro. Se se pedir a opinião de um almirante, os argumentos são a favor da Marinha. Se o entrevistado for um general do exército, a conversa vai para a defesa do papel da GNR. Ou seja, falta objectividade à discussão. Uma discussão que deve ser sobretudo política. Os almirantes e os generais devem ser ouvidos com muita atenção. Mas quem precisa de se fazer ouvir são os políticos.

É verdade que o Ministro da Defesa já publicou, no DN do sábado passado, 21 de novembro, a sua posição sobre o assunto. Mas é apenas um ponto de vista. Enquanto ministro da área da Marinha, não podia escrever outra coisa para além de um apoio a um serviço que tutela. O texto, se fosse dissecado a sério, levantaria um certo número de questões.

O Ministro da Administração Interna, que tem a responsabilidade política relativa à GNR, nada disse, até agora. Parece que só o fará em janeiro de 2021. Não sei se será capaz de se manter silencioso durante tantas semanas.

Não me parece boa política manter a polémica por muito tempo.

Este é um assunto estratégico, pois tem de ver com o nexo que deve existir entre as forças militares e os serviços de segurança. Além disso, é delicado porque temos muitos anos de prática de certos hábitos operacionais que levaram as instituições a ocupar o espaço de acção, com mais ou menos sucesso, com mais ou menos habilidade mediática. É também delicado porque existe uma grande dispersão e fragmentação ao nível das forças de segurança. Muitos políticos têm fugido a uma discussão a sério do papel de uns e dos outros. Têm medo dos custos eleitorais de uma tomada de decisão clarificadora. Por isso, têm deixado andar.

Há uns anos, num seminário nacional sobre as polícias, emiti a opinião, apoiado em exemplos de outros países europeus, que era necessário racionalizar a organização da segurança nacional e equacionar a sério uma conjugação institucional de esforços. Ou seja, repensar o modelo existente, que é composto por vários tipos de forças de segurança.

Ia sendo comido vivo pelos que achavam e continuam a defender que a actual dispersão de funções, recursos e esforços é que está bem. Custa um fortuna, não é a maneira mais eficaz de proceder, mas está bem e não se deve falar de mudanças.

Foi aí que percebi que o campo está minado. Deveria caber aos dirigentes políticos proceder à desminagem. Não acredito que o façam nos tempos mais próximos.

A Europa e os Estados Unidos: pensar o futuro

https://www.dn.pt/edicao-do-dia/07-nov-2020/estados-unidos-depois-da-confusao-13008375.html

Este é o link para o texto que hoje publico no Diário de Notícias, edição em papel. 

Foi um texto difícil de escrever, pois na altura da escrita ainda não era claro o que iria acontecer. Agora, com Joe Biden declarado vencedor, o texto torna-se mais actual. O debate sobre o futuro das relações entre os Estados Unidos e a Europa não se deve resumir a declarações ocas de amizade mútua. Tem que ser visto numa perspectiva de longo prazo e não esquecer que os Estados Unidos estão cada vez mais afastados da realidade europeia. 

O texto desta semana no Diário de Notícias

https://www.dn.pt/edicao-do-dia/08-ago-2020/questionar-a-obsessao-securitaria-12503101.html

O texto que publiquei no DN de sábado, 8 de agosto, já está com acesso livre.

Deixo-vos o link acima. E desejo-vos boa leitura. E peço que o comentem, se vos for possível. 

A ameaça que está no nosso seio

O maior perigo para uma organização não vem de fora, da competição ou dos adversários. A experiência mostra que, na maior parte das vezes, a verdadeira ameaça é a interna. Não será bem um Cavalo de Tróia, mas não andará geograficamente longe. Por isso, em matéria de defesa da Europa, haverá que repensar o assunto com muita seriedade.

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

<meta name=

My title page contents

Links

https://victorfreebird.blogspot.com

google35f5d0d6dcc935c4.html

  • Verify a site
  • vistas largas
  • Vistas Largas

www.duniamundo.com

  • Consultoria Victor Angelo

https://victorangeloviews.blogspot.com

@vangelofreebird

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2011
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2010
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2009
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2008
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D